domingo, 24 de janeiro de 2010

O Deva e Buda

O Buda estava no jardim em um certo dia Anathapindika na cidade Jetavana, quando lhe apareceu um Deva em figura Bramane e vestido de hábitos brancos como a neve, e entre ambos se estabeleceu o seguinte diálogo:

O Deva: Qual é a espada mais cortante? Qual é o maior veneno? Qual é o fogo mais ardente? Qual é a noite mais escura?

O Buda: A palavra raivosa é a espada mais cortante, a inveja é o mais mortal veneno, a luxúria é o fogo mais ardente e a ignorancia é a noite mais escura.

O Deva: Quem obtém a maior recompensa? Quem sofre a maior perda? Qual é a armadura mais impenetrável? Qual é a melhor arma?

O Buda: Quem dá sem desejo de receber é quem mais ganha. Quem recebe de outro sem devolver nada é o que mais perde. A paciência é a armadura mais impentrável. A sabedoria é a maior arma.

O Deva: Qual é o ladrão mais perigoso? Qual o tesouro mais precioso? Quem recusa o melhor que lhe é oferecido neste mundo?
O Buda: O mau pensamento é o ladrão mais perigoso. A virtude é o tesouro mais precioso. Recusa o melhor que se lhe oferece quem aspira à imortalidade.
O Deva: O que atrai? O que repugna? Qual é a dor mais terrivel? Qual é a maior felicidade?
O Buda: O bem atrai. O mal repugna. A maior dor é a má conduta. A libertação é a maior felicidade.
O Deva: O que ocasiona a ruína do mundo? O que destrói a amizade? Qual é a febre mais aguda? Qual é o melhor médico?
O Buda: A ignorância arruína o mundo. A inveja e o egoísmo destroem a amizade. O ódio é a febre mais aguda. O Buda é o melhor remédio.
O Deva: Tenho uma dúvida e peço que me responda: O que é que o fogo não queima, nem a ferrugem consome, nem o vento abate e é capaz de reconstruir o mundo inteiro?
O Buda: O benefício das boas ações.
Satisfeito o Deva com as respostas do Buda, com as mãos juntas se inclinou repeitosamente ante Ele e desapareceu.
( Extraído do livro " Buda - Aquele que despertou " - Editora Martin Claret )
Notas: Deva ( do sanscrito): Divindade, Anjo, Ser Celestial

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