sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Prece aos Orixás

Prece aos Orixás
Escrito por Mara Tozatto
Qua, 20 de Outubro de 2010 09:41
Enviada por nosso amigo Eduardo Giron








Que a irreverência e o desprendimento de Exú me animem a não encarar as
coisas da forma como elas parecem à primeira vista e sim que eu aprenda que
tudo na vida, por pior que seja, terá sempre o seu lado bom e proveitoso!
Laro Yê Exu!


Que a tenacidade de Ogum me inspire a viver com determinação, sem que eu me
intimide com pedras, espinhos e trevas. Sua espada e sua lança desobstruam
meu caminho e seu escudo me defanda.


Ogum Yê meu Pai!


Que o labor de Oxossi me estimule a conquistar sucesso e fartura às custas
de meu próprio esforço. Suas flechas caiam à minha frente, às minhas costas,
à minha direita e à minha esquerda, cercando-me para que nenhum mal me
atinja.


Okê Arô Ode!


Que as folhas de Ossanhe forneçam o bálsamo revitalizante que restaure
minhas energias, mantendo minha mente sã e corpo são.


Ewe Ossanhe.


Que Oxum me dê a serenidade para agir de forma consciente e equilibrada. Tal
como suas águas doces - que seguem desbravadoras no curso de um rio,
entrecortando pedras e se precipitando numa cachoeira, sem parar nem ter
como voltar atrás, apenas seguindo para encontrar o mar - assim seja que eu
possa lutar por um objetivo sem arrependimentos.


Ora YeYêo Oxum!


Que o arco-íris de Oxumaré transporte para o infinito minhas orações, sonhos
e anseios, e que me traga as respostas divinas, de acordo com meu
merecimento.


Arrobobo Oxumaré!


Que os raios de Yansã alumiem meu caminho e o turbilhão de seus ventos leve
para longe aqueles que de mim se aproximam com o intuito de se aproveitarem
de minhas fraquezas.


Êpa Hey Oyá!


Que as pedreiras de Xangô sejam a consolidação da Lei Divina em meu coração.


Seu machado pese sobre minha cabeça agindo na consciência e sua balança me
incuta o bom senso.


Caô! Caô Cabecilê!


Que as ondas de Yemanjá me descarreguem, levando para as profundezas do mar
sagrado as aflições do dia-a-dia, dando-me a oportunidade de sepultar
definitivamente aquilo que me causa dor e que seu seio materno me acolha e
me console.


Odoyá Yemanjá!


Que as cabaças de Obaluayê tragam não só a cura de minhas mazelas corporais,
como também ajudem meu espírito a se despojar das vicissitudes.


Atotô Obaluayê!


Que a sabedoria de Nanã me dê uma outra perspectiva de vida, mostrando que
cada nova existência que tenho, seja aqui na Terra ou em outros mundos, gera
a bagagem que me dá meios para atingir a evolução, e não uma forma de
punição sem fim como julgam os insensatos.


Saluba Nanã!


Que a vitalidade dos Ibeijis me estimule a enfrentar os dissabores como
aprendizado; que eu não perca a pureza mesmo que, ao meu redor, a tentação
me envolva. Que a inocência não signifique fraqueza, mas sim refinamento
moral!


Onibeijada!


Que a paz de Oxalá renove minhas esperanças de que, depois de erros e
acertos; tristezas e alegrias; derrotas e vitórias; chegarei ao meu objetivo
mais nobre; aos pés de Zambi maior!


Êpa Babá Oxalá.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

A vida no Umbral (Parte 2/3)

A vida no Umbral (Parte 2/3)


Postos de Socorro

Os postos de socorro se encontram espalhados pelas regiões sombrias do Umbral. Este local de ajuda, semelhante a um complexo hospitalar, normalmente é vinculado a uma colônia de nível superior. Nele encontramos espíritos missionários vindos de regiões mais elevadas que trabalham na ajuda aos espíritos que vivem nas cidades e regiões do Umbral e que estão à procura de tratamento ou orientação.

Quando o espírito ajudado desperta para a necessidade de melhorar, crescer e evoluir é levado para uma colônia onde será tratado e passará seu tempo estudando e realizando tarefas úteis para seu próximo. Quando se sentem incomodados e mergulhados em sentimentos como o ódio, vingança, revolta acabam retornando espontaneamente para os lugares de onde saíram. Continuamos sempre com nosso livre arbítrio.

Os postos de socorro não são cidades, mas alguns deles possuem grande dimensão, se assemelhando a uma pequena cidade no meio do Umbral. Muitos ficam nas regiões periféricas do Umbral. Alguns se encontram dentro das cidades do Umbral.

Vistos à distância são pontos de luz e de beleza no meio da paisagem triste, escura, fria, nebulosa que compõe as paisagens naturais do Umbral. Os postos de socorro são locais bonitos, iluminados, com grandes jardins, em meio a um cenário desolador e triste.

Os postos de socorro são constantemente procurados por pessoas desesperadas e perdidas no Umbral querendo abrigo e ajuda. Também é um local alvo de espíritos maldosos que desejam continuar mantendo o controle e o poder sobre as pessoas que moram nas regiões do Umbral. Com isto realizam constantes ataques às instalações dos postos.

Todos os postos possuem sofisticados sistemas de segurança que monitoram as regiões ao redor do posto. Sensores detectam a presença de vibrações a um raio de 3 km do posto. Sistemas de defesa que emitem descargas elétricas são utilizados para afastar os atacantes. Os choques gerados pela força os fazem recuar, já que lhe fazem sentir dores insuportáveis.

Os espíritos que vivem no Umbral ainda estão ligados ao mundo material. Muitos sequer compreendem que estão mortos e isto lhes gera grande agonia e sofrimento. Por acreditarem estar vivos continuam sentindo seus corpos e suas necessidades físicas. Sentem dor, sentem fome, sentem sede, sono etc. Muitos sofrem de doenças, ferimentos, mutilações ocorridas na morte ou em situações sinistras vividas no Umbral.

A visão interna de um posto de socorro lembra um grande hospital. Os espíritos atendidos lembram monstros de um filme de terror. Se parecem realmente com mortos-vivos. Sofrem movidos pelos sentimentos humanos que ainda cultivam: o ódio, a vingança, egoísmo e outros sentimentos negativos. Vinculados à matéria, ainda sofrem como se possuíssem um corpo. E isto acaba se refletindo em sua aparência monstruosa, que só pode ser modificada a partir da sua conscientização sobre sua realidade. As enfermarias dos postos estão sempre repletos de espíritos necessitados de orientação, alimento, limpeza e cuidados. É como ver mortos-vivos agonizando por ajuda em seus leitos.

Equipes chamadas de Samaritanos realizam incursões no Umbral em busca de espíritos que procuram ajuda. Ao retornarem com dezenas de espíritos que mais parecem farrapos humanos são recebidos pelas equipes de socorro que iniciam o trabalho de acolhimento, alimentação, limpeza e orientação destes espíritos. Ao serem internados podem se recuperar para serem enviados para colônias no plano mais elevado, fora do Umbral. Também é comum que espíritos cheguem às muralhas dos postos à procura de ajuda e ali são socorridos.

Também existem postos de socorro na Terra. São destinados a socorrer e orientar espíritos recém-desencarnados. Pessoas que acabam de morrer costumam ficar totalmente desorientadas. Muitas não sabem que estão mortas. É fácil imaginar o sentimento horrível e a loucura que uma pessoa nesta situação pode passar. Estes postos estão localizados no mundo invisível exatamente no mesmo local onde estão hospitais, cemitérios, sanatórios, presídios, igrejas, centros espíritas etc. São nestes locais onde se pode encontrar o espírito de pessoas que acabam de desencarnar ou que estão procurando algum tipo de ajuda.


* * *

Após a morte do corpo físico, a alma se encontra tal qual vive intrinsecamente.” (Do livro “Nosso Lar” / Cap. 16 - André Luiz / Chico Xavier)

* * *

Os sofrimentos que torturam mais dolorosamente os Espíritos, do que todos os outros sofrimentos físicos, são os das angústias morais.” (O livro dos Espíritos – Questão 255)

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

É força de pemba, sim sinhô!

Hoje quero compartilhar com vocês um texto fantástico de W.W. da Matta que já foi publicado no JUCA – Jornal de Umbanda Carismática -  há algum tempo. Conta uma historia e traz um ensinamento que, como o autor mesmo diz, não têm endereço certo, mas que podem  também ter inúmeros endereços. Espero que gostem e que aproveitem cada detalhe contido aqui.
É força de pemba… é Lei
Se errou… se extraviou…
Ninguém pode dá caminho
Ninguém pode dá malei…
Só quem pode dá malei
É “preto-véio” de seu Conga
Assim mesmo é preciso
Que se endireite e volte cá…
Esse ponto nós o ouvimos (e jamais o esquecemos) de um certo “preto-velho”, num antigo e extinto Terreiro de um amigo e irmão de lei (já falecido) — médium de fato e de direito, numa ocasião memorável. Resumamos o caso em foco, para podermos dizer ou dar positivamente, certos conselhos a certos médiuns…

“Preto-velho” estava firme no “reino” (o aparelho era bom mesmo — incorporava bem). Desde que chegou, foi cantando, tirando sempre esse ponto acima. Os “cambonos” – gente viva de idéia, traquejados, foram logo após algum tempo certificar-se do porquê desse ponto, com “preto-velho”. Ele balançou a cabeça pra lá e pra cá, deu umas fumaçadas com seu “pito” e disse, usando o linguajar de guerra, mais familiar a todos os entendimentos: -Uai gente, suncês nun tão alembrado daquele fio daqui, o Fulano? Eles então logo lembraram desse caso e responderam: -Estamos sim, meu velho…

E “preto-velho” logo retrucou: – Pois bem, zi Fulano vem pur aí, ta case chegando nesse Conga de preto-véio… e acrescentou: – óia fios, arrecebam ele bem, oviro? E pôs-se a repetir esse ponto acima grafado.

* Abramos um parêntese ligeiro, para recordarmos o tal caso de Fulano:
Como tantos outros em outros terreiros, nesse apareceu um filho-de-fé, doente, aflito, cheio de mazelas e confusões, principalmente na parte mediúnica espiritual, porque realmente era médium (dentro de seu grau) e vinha sofrendo mais por falta de apoio e boa orientação. “Preto-velho” cuidou, tratou, reafirmou suas condições mediúnicas, enfim, levantou-o de todo. Depois de muito tempo, já firme, fez o seu batismo de lei, ato que implica um juramento espontâneo, consciente da lealdade à faixa espiritual que o acolheu, zelou e levantou.

Mas, é o caso corriqueiro de centenas e centenas de médiuns ou de irmãos que procedem assim, a certa altura começou a se envaidecer e a ter ambições próprias de chefiar; tornou-se um tanto ou quanto arrogante, olhando os outros com superioridade. Começou a criar casos. A fazer sessões por conta própria em sua casa, na casa dos outros médiuns mais ingênuos, etc. A “ovelha” estava se desgarrando do “aprisco”.

Aconteceu o que, forçosamente, acontece nesses casos. Um choque hoje, outro amanhã e o ambiente do terreiro vai ficando “irrespirável” para tal médium e ele lá se foi, não obstante os conselhos de “preto-velho” — aos quais não deu muita importância porque “pensava estar seguro, pois também não tinha seus protetores”?
Nesses casos, repetimos, que acontecem em profusão e não há Tenda que não se queixe disso, o médium extraviado segue sempre dois caminhos: ou abre terreiro por conta própria ou começa a correr gira, de terreiro em terreiro, pois ele quer exibir seus “protetores”, suas artes mágicas.

Com esse aconteceu as duas coisas e nada deu certo para ele (como não tem dado para os outros também – se saíram de uma gira digna, honesta, sincera). O terreiro que abriu, acabou fechando (quando não acaba fechando é porque descambou ou para o animismo estilizado ou para o vale-tudo) de tantos e tantos “estouros” e contratempos astrais, intrigas e outras coisinhas mais. Daí começou a ficar desconfiado e se auto-interrogava de consciência pesada: “será que é força de pemba?”. Quanto mais pensava, mais adquiria essa certeza. Mudou. Foi “correr gira”. Foi se apegar com outros.

Não deu certo e iniciou uma romaria de terreiro em terreiro. Fez preceito de toda ordem (sim, porque acabam caindo mesmo “nos tais terreiros que de umbanda só têm o nome”, até “camarinha” fazem), firmou “cabeça”, fez o santo várias vezes. Nada. Aqueles contatos positivos que tinha lá no terreiro de “preto-velho” que ele traiu, nada… sumiram como por encanto.

As antigas confusões voltaram na vida, no lar, nos negócios etc. Aí ele medrou mesmo de verdade “será que é força de pemba, meu Deus?”  – ruminava ele, dia e noite, com sua mente apavorada, sugestionada, perturbada. Ainda suportou muito, por causa de sua vaidade, “de não querer dar o braço a torcer” pensando na humilhação da volta. Porém, acabou sendo mesmo aconselhado por outrem que já tinha passado por essa situação e decidiu-se.

Foi quando, nessa noite, resolveu voltar, assim como quem estava com saudade, querendo rever os velhos companheiros de lá. E preto-velho cantava. Sabia e cantava, esperando (ah! Velho de fato e de direito) quando apareceu ele, a “ovelha transviada”. Desconfiado, “cabreiro”, como se diz na gíria de terreiro. Todos os companheiros antigos ficaram alegres (já estavam preparados), encorajaram-no apontando para o preto-velho: – Olha, Fulano, o velho tá te esperando.

Emocionado, aproximou-se da entidade amiga, ajoelhou-se e não disse nada… não tinha o que dizer, ou melhor, disse tudo nesse gesto de ajoelhar. Preto-velho disse para ele, lembramos bem: – Levante, meu fio, só se ajoeia quando se reza pra Zamby ou pra Oxalá e esse preto-véio não é merecedor disso. Deu-lhe o “malei” que pedia; vários conselhos de conforto e voltou com outro pontinho (indefinível para muitos dos que ali estavam), com a mão por cima de sua cabeça. Ei-lo:
“Na ladera de pilá
É… tombadô…
Bota fogo ni sapê
Pra nacê ôta fulô..”

Foi quando o médium arrependido não pôde e desabafou emocionadíssimo: – Eu sei, meu velho, foi força de pemba sim sinhô…
Significado oculto do pontinho que o tal médium logo aprendeu:
“Na ladera de pilá”, quis dizer: no caminho da vida espiritual mediúnica…
“É… tombadô…”, quis dizer: caiu, derrapou, se extraviou, errou, etc…
“Bota fogo ni sapê”, quis dizer: destrua sua mazelas morais, psíquicas, suas vaidades, seus erros…

“Pra nacê ôta fulô”, quis dizer: regenerar para criar outras forças novas, forças espirituais, morais, etc…
Assim, extraindo desse caso o saldo moral, vamos dar alguns conselhos, nesse sentido. Cremos ser oportuno.

a) Irmão médium: – se você anda por aí, às tontas, fazendo “cabeça”, se enterrando cada vez mais de “terreiro em terreiro”- não continue assim; volte para a sua Tenda, de vez que você sabe que ela é digna, se pauta na linha justa da caridade, da moral, da humanidade e da sinceridade. Por que fez isso? Cuidado! Você está prestes a entrar, se já não entrou, “na força de pemba… sim sinhô”

b) Irmão médium: – você que saiu de sua Tenda ou terreiro, “fofocando” (desculpem o termo), cheio de vaidade, pensando ser o tal e até difamando o seu médium-chefe ou dirigente  – Cuidado com a força de pemba… sim sinhô!

c) Irmão médium – você foi causa de quizila, conscientemente, em sua Tenda e de lá saiu, cheio de empáfia, pensando já ter os conhecimentos de lei “para abrir o terreiro ou agrupamento”? Você provou cisões por causa dessa sua imbecil vaidade? Pois saiba: você semeou maus ventos e vai colher tempestades… se já não as colheu! Você foi desleal e ingrato? Se você foi isso e o fez em gira de “preto-velho”, você vai ver o que “é força de pemba… sim sinhô”

Traição, ingratidão, deslealdade, difamação, não têm perdão, assim como você pensa! Cuidado! “É na força de pemba… sim sinhô” que você vai ver quanto está lhe custando ou vai custar tudo isso. Quizilas (que você semeou no terreiro) em família? Abandono de amigos e traições? Choques morais? Também podem lhe acontecer, porque, “força de pemba é lei”, não “dorme” não senhor.

Você abriu terreiro? Com que ordens e direitos de trabalho? Cuidado com o astral inferior que, na certa, já sabe que você é faltoso, está errado e com toda certeza já o envolveu e deu-lhe alguns “tombos”. Você caiu, machucou-se, quebrou costelas, pernas, pés, etc? Pensa que foi mero acidente? Coitado! Isso “é força de pemba… sim sinhô” que o baixo astral aproveita pra lhe judiar, pois você está “desguarnecido”, essa é que é a verdade. Quem mandou trair os sagrados compromissos que assumiu com “preto-velho”?

“Preto-velho” é a Lei, representa as Ordens e os Direitos de Trabalho da Sagrada Corrente de Umbanda. Mas, não é mau, nem castiga diretamente; mas sabe que “força de pemba… é a lei” que você infringiu, traiu e que tem de processar o seu curso de ação e reação normal, ou seja: o que semeares, isso colherás. E seus “guias e protetores”? Na certa que você pode pensar que lhe estão dando cobertura. Qual! Você está nessa altura é mesmo com um belo “quiumba”, matreiro, velhaco, sugando-o, envolvendo-o, dominando-o, isso sim! Guias e Protetores de fato não acobertam erros, vaidade, quizila, ignorância e deslealdade.

Observação: Isso tudo não tem endereço certo. É pura doutrina. É recado do astral que estamos dando. Nós não temos casos especiais que nos tenham abalado a esse ponto. Nós estamos acima disso, graças a Deus. Somos completamente indiferentes a certas “águas passadas”.

Quando se diz que o médium faltoso está “pembado” é porque ninguém pode dar jeito na situação dele (ninguém que botar a mão na cumbuca); nenhum Guia ou Protetor de outra “gira” pode interferir; socorrê-lo, pois “é força de pemba” mesmo que ele está enfrentando, é a lei interna moral-espiritual que infringiu e portanto está sendo disciplinado.

Essa disciplina, às vezes, é sutil, porém, segura. O médium errado leva anos até debaixo dela, enfrentando certos impactos, certos tombos duros, de um lado e de outro, sem se aperceber de que está “apanhando”, mesmo porque “força de pemba é lei… sim sinhô”.

Muitos médiuns, de acordo com a gravidade de seus erros e com a dureza de seus corações, vão até ao suicídio como já tem acontecido por esses “Congás” afora.

domingo, 10 de outubro de 2010

A vida no Umbral (Parte 1/3)

A vida no Umbral (Parte 1/3)


O Umbral

Localiza-se em um universo paralelo que ocupa um espaço invisível aos nossos sentidos, que vai do solo terrestre até a algumas dezenas de metros de altura na nossa atmosfera.

O tempo, e as condições climáticas do Umbral seguem um ritmo equivalente ao local terrestre onde se encontra. Quando é noite sobre uma cidade, é noite em sua equivalência no Umbral. A névoa densa que cobre toda atmosfera dificulta a penetração da luz solar e da lua. A impressão que se tem é que o dia é formado por um longo e sombrio fim de tarde. À noite não é possível ver as estrelas e a lua aparece com a cor avermelhada entre grossas nuvens. Sua maior concentração populacional está junto as regiões mais populosas do globo. Encontramos cidades de todos os portes, grupos de nômades e espíritos solitários que habitam pântanos, florestas e abismos.

É descrito por quem já esteve lá como sendo um ambiente depressivo, angustiante, de vegetação feia, ambientes sujos, fedorentos, de clima e ar pesado e sufocante. Para alguns espíritos é uma região terrível e horripilante. Para outros é o local onde optaram viver. A vegetação varia de acordo com a região do Umbral. Muitas vezes constituída por pouca variedade de plantas. As árvores são normalmente de baixa estatura, com troncos grossos e retorcidos, de pouca folhagem. Existem também áreas desertas, locais rochosos, e lugares de vegetação rasteira composta de ervas e capim. É possível encontrar alguns tipos de animais e aves desprovidos de beleza. No Umbral se encontram montanhas, vales, rios, grutas, cavernas, penhascos, planícies, regiões de pântano e todas as formas que podem ser encontradas na Terra.

Como os espíritos sempre se agrupam por afinidade (igual a todos nós aqui na Terra), ou seja, se unem de acordo com seu nível vibracional, existem inúmeras cidades habitadas por espíritos semelhantes. Algumas cidades se apresentam mais organizadas e limpas do que outras. Todas possuem espíritos lideres que são chamados de diversos nomes: chefes, governadores, mestres, presidentes, imperadores, reis etc. São espíritos inteligentes mas que usam sua inteligência para a prática consciente do mal. São estudiosos de magia, conhecem muito bem a natureza e adoram o poder, quase sempre odeiam o bem e os bons que podem por em risco sua posição de liderança.

Há grupos de pessoas nas cidades que trabalham para os chefes. Acreditam ter liberdade e muitas vezes gostam de servirem seu chefe na ansiedade pelo poder e status. Consideram-se livres, mas na verdade não o são, ao menor erro ou na tentativa de fugir são duramente punidos.

Existem os espíritos escravos que vivem nas cidades realizando trabalho e mantendo sua estrutura sem receberem nada em troca além da possibilidade de lá morarem. São duramente castigados quando desobedecem e vivem cercados pelo medo imposto pelo chefe da cidade.

As cidades possuem construções semelhantes às que encontramos nas cidades da Terra. As maiores construções são de propriedade do chefe e de seus protegidos. Sempre existem locais grandiosos para festas, e local para realização de julgamentos dos que lá habitam. Em cada cidade existem leis diferentes especificadas pelos seus lideres. Lá também encontramos bibliotecas recheadas de livros dedicados a tudo que de mal e negativo possa existir. Muitos livros e revistas publicados na Terra são encontrado lá, principalmente os de conteúdo pornográfico.

Pode-se se perguntar: Porque é permitido que existam estes chefes e esta estrutura negativa de tanto sofrimento? Deus nos permite tudo, ele nos deu o livre arbítrio. O homem tem total liberdade para fazer tudo de ruim ou tudo de bom. Quando faz ou constrói algo de ruim acaba se prejudicando com isso e aos poucos, com o passar de anos ou de séculos vai aprendendo que o único caminho para a libertação do sofrimento e da felicidade plena é a prática do bem. A vida na Terra e no Umbral funcionam como grandes escolas onde aprendemos no amor ou na dor.

Ninguém vai para o Umbral por castigo. A pessoa vai para o lugar que melhor se adapta à sua vibração espiritual. Quando deseja melhorar existe quem ajude. Quando não deseja melhorar fica no lugar em que escolheu. Todos que sofrem no Umbral um dia são resgatados por espíritos do bem e levados para tratamento para que melhorem e possam viver em planos de vibrações superiores. Existem muitos que ficam no Umbral por livre e espontânea vontade se aproveitando do poder e dos benefícios que acreditam ter em seus mundos.

Além das cidades encontramos o que é chamado de Núcleos. Não constitui uma cidade organizada como conhecemos, mas se trata de um agrupamento de espíritos semelhantes. Os grupamentos maiores e mais conhecidos são os dos suicidas. Estes núcleos são encontrados nas regiões montanhosas, nos abismos e vales. Por serem espíritos perturbados são considerados inúteis pelos habitantes do Umbral e por isto não são aceitos e nem levados para as cidades em volta. Os vales dos suicidas são muito visitados por espíritos bons e ruins. Os bons tentam resgatar aqueles que desejam sair dali por terem se arrependido com sinceridade do que fizeram. Os espíritos ruins fazem suas visitas para se divertirem, para zombarem ou para maltratarem inimigos que lá se encontram em desespero. Não é difícil imaginar um local com centenas de milhares de pessoas que cometeram suicídio, todas ali unidas, sem entender o que está acontecendo, já que não estão mortas como desejariam estar.

Existem os núcleos de drogados onde também existem pequenas cidades. Existem algumas poucas cidades de drogados de porte grande no Umbral. Realizam-se grandes festas e são cidades movimentadas. Existem relatos psicografados sobre uma região de drogados chamada de Vale das Bonecas e cidades como a de Tongo que é liderada por um Rei. Para todo tipo de vício da carne existem cidades e núcleos de viciados. Por exemplo, existem cidades de alcoólatras ou de compulsivos sexuais. Todos os viciados costumam visitar o planeta Terra em bandos para sugarem as energias prazerosas dos vivos que possuem os mesmos vícios.

É comum a existência de núcleos de marginais. Locais onde estão reunidos assaltantes, assassinos, ladrões, traficantes e outros tipos de criminosos em sintonia mútua.

Nas regiões fora das cidades e longe dos núcleos encontramos andarilhos solitários, espíritos considerados inúteis até pelos povos de cidades e núcleos do Umbral.

Grandes tempestades de chuva e raios ocorrem em todo Umbral. Tem importante função de limpar os excessos de energias negativas acumuladas no solo e no ar, tornando o ambiente menos insuportável aos seus habitantes.

As cidades, tribos e vilarejos do Umbral normalmente possuem chefes ou lideres. São pessoas inteligentes com capacidade de liderança que costumam controlar, dominar e explorar as almas que nestas cidades residem. Como se pode ver não é muito diferente da vida aqui na Terra, onde temos exploradores e explorados. Exercem seu controle a partir do medo, das mentiras, da escravidão, de regras rígidas e violência. Algumas sabem que estão no Umbral e sabem que trabalham pelo mal das pessoas. Seu reinado não dura muito tempo já que espíritos superiores trabalham para convencer sobre o mal que faz a si mesmo fazendo o mal aos outros. É comum que estes “chefes” desapareçam inesperadamente destas cidades por terem sido resgatados por bons Samaritanos em suas missões. Em pouco tempo uma nova liderança acaba assumindo o posto de chefe nestas cidades.

As regiões umbralinas são as que mais se parecem com a Terra. Os espíritos, por estarem ainda muito atrelados à vida material, por lhe faltarem informação e conhecimento, acabam vivendo suas vidas como se realmente estivessem vivos. As necessidades básicas do corpo acabam se manifestando nestes espíritos. Sofrem por sentirem dores, sono, fome, sede, desejos diversos.

No Umbral encontramos grupos de pessoas que se consideram justiceiras. Coletam espíritos desorientados em hospitais, cemitérios, e no próprio umbral. Pessoas que fizeram muito mal a outras durante a vida ou em outras vidas, e pessoas que fizeram poucos amigos e por isto não tem quem as possa ajudar. Estes espíritos sedentos de vingança e de justiça feita pelas próprias mãos conseguem aprisionar e escravizar as pessoas que capturam. Acreditam que as pessoas que estão no Umbral só estão lá por merecimento. E isto não deixa de ser verdade. Mas no lugar de ajudar estas pessoas, eles a maltratam por vingança e ódio pelo mal que cometeram enquanto estavam vivas.

Somente quando estas pessoas se arrependem dos erros que cometem na Terra e esquecem os sentimentos negativos que ainda nutrem é que os espíritos mais elevados conseguem se aproximar para seu resgate.


* * *

Umbral, situado entre a Terra e o Céu, dolorosa região de sombras, erguida e cultivada pela mente humana, em geral rebelde e ociosa, desvairada e enfermiça.” (Do livro “Ação e Reação” - André Luiz / Chico Xavier)

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Se milhões de raios luminosos formam um astro brilhante, é natural que milhões de pequeninos desesperos integrem um inferno perfeito. Herdeiros do Poder Criador, geraremos forças afins conosco, onde estivermos.” (Do livro “Libertação” - André Luiz / Chico Xavier)

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O estado de tribulação é pertinente ao espírito e não ao lugarEsses lugares não são infelizes, de vez que infortunados são os irmãos que os povoam...” (Do livro “E a Vida Continua” - André Luiz / Chico Xavier)

sábado, 9 de outubro de 2010

A Tristeza dos Orixás

A Tristeza dos Orixás

Posted by alexdeoxossi em dezembro 26, 2007
povo-de-aruanda-181.jpg
Por Fernando Sepe
Foi, não há muito tempo atrás, que essa história aconteceu. Contada aqui de uma forma romanceada, mas que trás em sua essência, uma verdadeira mensagem para os umbandistas…
Ela começa em uma noite escura e assustadora, daquelas de arrepiar os pelos do corpo. Realmente o Sol tinha escondido – se nesse dia, e a Lua, tímida, teimava em não iluminar com seus encantadores raios, brilhosos como fios de prata, a morada dos Orixás.
Nessa estranha noite, Ogum, o Orixá das “guerras”, saiu do alto ponto onde guarda todos os caminhos e dirigiu – se ao mar. Lá chegando, as sereias começaram a cantar e os seres aquáticos agitaram – se. Todos adoravam Ogum, ele era tão forte e corajoso.
Iemanjá que tem nele um filho querido, logo abriu um sorriso, aqueles de mãe “coruja” quando revê um filho que há tempos partiu de sua casa, mas nunca de sua eterna morada dentro do coração:
_ Ah Ogum, que saudade, já faz tanto tempo! Você podia vir visitar mais vezes sua mãe, não é mesmo? _ ralhou Iemanjá, com aquele tom típico de contrariedade.
_Desculpe, sabe, ando meio ocupado_ Respondeu um triste Ogum.
_Mas, o que aconteceu? Sinto que estás triste.
_É, vim até aqui para “desabafar” com você “mãeinha”. Estou cansado! Estou cansado de muitas coisas que os encarnados fazem em meu nome. Estou cansado com o que eles fazem com a “ espada da Lei” que julgam carregar. Estou cansado de tanta demanda. Estou muito mais cansado das “supostas” demandas, que apenas existem dentro do íntimo de cada um deles…Estou cansado…
Ogum retirou seu elmo, e por de trás de seu bonito capacete, um rosto belo e de traços fortes pôde ser visto. Ele chorava. Chorava uma dor que carregava há tempos. Chorava por ser tão mal compreendido pelos filhos de Umbanda.
Chorava por ninguém entender, que se ele era daquele jeito, protetor e austero, era porque em seu peito a chama da compaixão brilhava. E, se existe um Orixá leal, fiel e companheiro, esse Orixá é Ogum. Ele daria a própria Vida, por cada pessoa da humanidade, não apenas pelos filhos de fé. Não! Ogum amava a humanidade, amava a Vida.
Mas infelizmente suas atribuições não eram realmente entendidas. As pessoas não viam em sua espada, a força que corta as trevas do ego, e logo a transformavam em um instrumento de guerra. Não vinham nele a potência e a força de vencer os abismos profundos, que criam verdadeiros vales de trevas na alma de todos. Não vinham em sua lança, a direção que aponta para o autoconhecimento, para iluminação interna e eterna.
Não! Infelizmente ele era entendido como o “Orixá da Guerra”, um homem impiedoso que utiliza – se de sua espada para resolver qualquer situação. E logo, inspirados por isso, lá iam os filhos de fé esquecer dos trabalhos de assistência a espíritos sofredores, a almas perdidas entre mundos, aos trabalhos de cura, esqueciam do amor e da compaixão, sentimentos básicos em qualquer trabalho espiritual, para apenas realizaram “quebras e cortes” de demandas, muitas das quais nem mesmo existem, ou quando existem, muitas vezes são apenas reflexos do próprio estado de espírito de cada um. E mais, normalmente, tudo isso torna – se uma guerra de vaidade, um show “pirotécnico” de forças ocultas. Muita “espada”, muito “tridente”, muitas “armas”, pouco coração, pensamento elevado e crescimento espiritual.
Isso magoava Ogum. Como magoava:
_ Ah, filhos de Umbanda, por que vocês esquecem que Umbanda é pura e simplesmente amor e caridade? A minha espada sempre protege o justo, o correto, aquele que trabalha pela luz, fiando seu coração em Olorum. Por que esquecem que a Espada da Lei só pode ser manuseada pela mão direita do amor, insistindo em empunhá – la com a mão esquerda da soberbia, do poder transitório, da ira, da ilusão, transformando – na em apenas mais uma espada semeadora de tormentos e destruição…
Então, Ogum começou a retirar sua armadura, que representava a proteção e firmeza no caminho espiritual que esse Orixá traz para nossa vida. E totalmente nu ficou frente à Iemanjá. Cravou sua espada no solo. Não queria mais lutar, não daquele jeito. Estava cansado…
Logo um estrondo foi ouvido e o querido, mas também temido Tatá Omulu apareceu. E por incrível que pareça o mesmo aconteceu. Ele não agüentava mais ser visto como uma divindade da peste e da magia negativa. Não entendia, como ele, o guardião da Vida podia ser invocado para atentar contra Ela. Magoava – se por sua alfange da morte, que é o princípio que a tudo destrói, para que então a mudança e a renovação aconteçam, ser tão temida e mal compreendida pelos homens.
Ele também deixou sua alfange aos pés de Iemanjá, e retirou seu manto escuro como a noite. Logo via – se o mais lindo dos Orixás, aquele que usa uma cobertura para não cegar os seus filhos com a imensa luz de amor e paz que irradia – se de todo seu ser. A luz que cura, a luz que pacifica, aquela que recolhe todas as almas que perderam – se na senda do Criador. Infelizmente os filhos de fé esquecem disso…
Mas o mais incrível estava por acontecer. Uma tempestade começou a desabar aumentando ainda mais o aspecto incrível e tenebroso daquela estranha noite. E todos os outros Orixás começaram a aparecer, para logo, começarem também a despir suas vestimentas sagradas, além de deixarem ao pé de Iemanjá suas armas e ferramentas simbólicas.
Faziam isso em respeito a Ogum e Omulu, dois Orixás muito mal compreendidos pelos umbandistas. Faziam isso por si próprios. Iansã queria que as pessoas entendessem que seus ventos sagrados são o sopro de Olorum, que espalha as sementes de luz do seu amor. Oxossi queria ser reverenciado como aquele que, com flechas douradas de conhecimento, rasga as trevas da ignorância. Egunitá apagou seu fogo encantador, afinal, ninguém lembrava da chama que intensifica a fé e a espiritualidade. Apenas daquele que devora e destrói. Os vícios dos outros, é claro.
Um a um, todos foram despindo – se e pensando quanto os filhos de Umbanda compreendiam erroneamente os Orixás.
Iemanjá, totalmente surpresa e sem reação, não sabia o que fazer. Foi quando uma irônica gargalhada cortou o ambiente. Era Exu. O controvertido Orixá das encruzilhadas, o mensageiro, o guardião, também chegava para a reunião, acompanhado de Pombagira, sua companheira eterna de jornada.
Mas os dois estavam muito diferentes de como normalmente apresentam – se. Andavam curvados, como que segurando um grande peso nas costas. Tinham na face, a expressão do cansaço. Mas, mesmo assim, gargalhavam muito. Eles nunca perdiam o senso de humor!
E os dois também repetiram aquilo que todos os Orixás foram fazer na casa de Iemanjá. Despiram – se de tudo. Exu e Pombagira, sem dúvida, eram os que mais razões tinham de ali estarem. Enúmeros eram os absurdos cometidos por encarnados em nome deles. Sem contar o preconceito, que o próprio umbandista ajudou a criar, dentro da sociedade, associando – o a figura do Diabo:
_Hahaha, lamentável essa situação, hahaha, lamentável! _ Exu chorava, mas Exu continuava a sorrir. Essa era a natureza desse querido Orixá.
Iemanjá estava desesperada! Estavam todos lá, pedindo a ela um conforto. Mas nem mesmo a encantadora Rainha do Mar sabia o que fazer:
Espere!_ pensou Iemanjá!_ Oxalá, Oxalá não está aqui! Ele com certeza saberá como resolver essa situação.
E logo Iemanjá colocou – se em oração, pedindo a presença daquele que é o Rei entre os Orixás. Oxalá apresentou – se na frente de todos. Trazia seu opaxorô, o cajado que sustenta o mundo. Cravou ele na Terra, ao lado da espada de Ogum. Também despiu – se de sua roupa sagrada, pra igualar – se a todos, e sua voz ecoou pelos quatro cantos do Orun:
_ Olorum manda uma mensagem a todos vocês meus irmãos queridos! Ele diz para que não desanimem, pois, se poucos realmente os compreendem, aqueles que assim o fazem, não medem esforços para disseminar essas verdades divinas. Fechem os olhos e vejam, que mesmo com muita tolice e bobagem relacionada e feita em nossos nomes, muita luz e amor também está sendo semeado, regado e colhido, por mãos de sérios e puros trabalhadores nesse às vezes triste, mas abençoado planeta Terra. Esses verdadeiros filhos de fé que lutam por uma Umbanda séria, sem os absurdos que por aí acontecem. Esses que muito além de “apenas” prestarem o socorro espiritual, plantam as sementes do amor dentro do coração de milhares de pessoas. Esses que passam por cima das dificuldades materiais, e das pressões espirituais, realizando um trabalho magnífico, atendendo milhares na matéria, mas também, milhões no astral, construindo verdadeiras “bases de luz” na crosta, onde a espiritualidade e religiosidade verdadeira irão manifestar-se. Esses que realmente nos compreendem e buscam – nos dentro do coração espiritual, pois é lá que o verdadeiro Orun reside e existe. Esses incríveis filhos de umbanda, que não colocam as responsabilidades da vida deles em nossas costas, mas sim, entendem que tudo depende exclusivamente deles mesmos. Esses fantásticos trabalhadores anônimos, soltos pelo Brasil, que honram e enchem a Umbanda de alegria, fazendo a filhinha mais nova de Olorum brilhar e sorrir…
Quando Oxalá calou – se os Orixás estavam mudados. Todos eles tinham suas esperanças recuperadas, realmente viram que se poucos os compreendiam, grande era o trabalho que estava sendo realizado, e talvez, daqui algum tempo, muitos outros juntariam – se nesse ideal. E aquilo alegrou – os tanto que todos começaram a assumir suas verdadeiras formas, que são de luzes fulgurantes e indescritíveis. E lá, do plano celeste, brilharam e derramaram – se em amor e compaixão pela humanidade.
Em Aruanda, os caboclos, pretos – velhos e crianças, o mesmo fizeram. Largaram tudo, também despiram – se e manifestaram sua essência de luz, sua humildade e sabedoria comungando a benção dos Orixás.
Na Terra, baianos, marinheiros, boiadeiros, ciganos e todos os povos de Umbanda, sorriam. Aquelas luzes que vinham lá do alto os saudavam e abençoavam seus abnegados e difíceis trabalhos. Uma alegria e bem – aventurança incríveis invadiram seus corações. Largaram as armas. Apenas sorriam e abraçavam – se. O alto os abençoava…
Mas, uma ação dos Orixás nunca fica limitada, pois é divina, alcançando assim, a tudo e a todos. E lá no baixo astral, aqueles guardiões e guardiãs da lei nas trevas também foram alcançados pelas luzes Deles, os Senhores do Alto. Largaram as armas, as capas, e lavaram suas sofridas almas com aquele banho de luz. Lavaram seus corações, magoados por tanta tolice dita e cometida em nome deles. Exus e Pombagiras, naquele dia foram tocados pelo amor dos Orixás, e com certeza, aquilo daria força para mais muitos milênios de lutas insaciáveis pela Luz.
Miríades de espíritos foram retirados do baixo – astral, e pela vibração dos Orixás puderam ser encaminhados novamente à senda que leva ao Criador. E na matéria toda a humanidade foi abençoada. Aos tolos que pensam que Orixás pertencem a uma única religião ou a um povo e tradição, um alerta. Os Orixás amam a humanidade inteira, e por todos olham carinhosamente.
Aquela noite que tinha tudo para ser uma das mais terríveis de todos os tempos, tornou – se benção na vida de todos. Do alto ao embaixo, da esquerda até a direita, as egrégoras de paz e luz deram as mãos e comungaram daquele presente celeste, vindo diretamente do Orun, a morada celestial dos Orixás.
Vocês, filhos de Umbanda, pensem bem! Não transformem a Umbanda em um campo de guerra, onde os Orixás são vistos como “armas” para vocês acertarem suas contas terrenas. Muito menos esqueçam do amor e compaixão, chaves de acesso ao mistério de qualquer um deles. Umbanda é simples, é puro sentimento, alegria e razão. Lembrem – se disso.
E quanto a todos aqueles, que lutam por uma Umbanda séria, esclarecida e verdadeira, independente da linha seguida, lembrem – se das palavras de Oxalá ditas linhas acima.
Não desanimem com aqueles que vos criticam, não fraquejem por aqueles que não tem olhos para ver o brilho da verdadeira espiritualidade.
Lembrem – se que vocês também inspiram e enchem os Orixás de alegria e esperança. A todos, que lutam pela Umbanda nessa Terra de Orixás, esse texto é dedicado. Honrem – los. Sejam luz, assim como Eles!
Exe ê o babá (Salve o Pai Oxalá)
Fernando Sepe

sábado, 2 de outubro de 2010

Santa Josefina Bakhita


Santa Josefina Bakhita
A Afortunada de Deus


08 de fevereiro


“...ainda embrião, teus olhos me viram e tudo estava escrito no teu livro, meus dias estavam marcados antes que chegasse o primeiro...” (Salmo 138,16).


É impossível não se encantar com a trajetória de vida de Santa Bakhita. Tudo em sua vida é manifestação divina, é o próprio Deus diriindo seus passos até mesmo nos cruéis anos de escravidão.
Bakhita, um pouco anjo, um pouco criança, grande mulher, que foi elevada à honra dos altares pelo caminho da obediência e da simplicidade.


A Escravidão


Bakhita nasceu no Sudão, região de Dafur na África, no ano de 1869 e através de suas poucas informações sabemos que sua aldeia natal é Olgossa, cuja pronúncia é “algoz”, que em árabe significa “Dunas de Areia”.
De família abastada, seu pai possuía terras, plantações e gado; ele era irmão do chefe da aldeia. Sua família era composta pelos pais e sete filhos, sendo muito unidos e afeiçoados.

Não devemos nos esquecer de que, apesar de possuírem terras, gado, etc., viviam num aldeia onde as cabanas eram de barro com telhado de palha. Todos nas aldeias estavam sujeitos ao grande perigo que eram os bandos negreiros que raptavam homens, mulheres e crianças para negociar no mercado de escravos.

No ano de 1874, sua irmã mais velha foi raptada. A dor dilacerou o coração daquela família tão unida e feliz.
“Bakhita” não foi o nome que recebera dos pais quando nasceu. No ano de 1876, com mais ou menos 7 anos de idade, foi raptada e arrancada do seio de sua família. A pequena menina tomada de pavor, foi levada brutalmente por dois árabes e foram eles que impuseram o nome de “Bakhita”, que significa: “afortunada”.

A pequena escrava, depois de um mês de prisão, foi vendida a um mercador de escravos. Na ânsia de voltar para casa, Bakhita se arma de coragem e tenta fugir. Porém, foi capturada por um pastor e revendida a outro árabe, homem feroz e cruel, que, por sua vez, revendeu-a a outro mercador de escravos.

Novamente ela é vendida a um general turco, cuja esposa era mulher terrivelmente má. Desejou marcar suas escravas e Bakhita estava entre elas. Chamou então uma tatuadoura que, com uma navalha, ia marcando os corpos das meninas que se contorciam de dores, mergulhadas numa poça de sangue. Bakhita recebeu no peito, no ventre e nos braços 114 cortes de navalha que eram esfregados com sal para que as marcas ficassem bem abertas. A jovens escravas foram jogadas sem tratamento e nenhum cuidado, durante um mês.
No ano de 1882, o general turco vendeu Bakhita ao agente consular Calisto Legnani que seria, para ela, seu anjo bom. Na casa do cônsul, Bakhita conheceu a serenidade, o afeto e os momentos de alegria, lembranças dos momentos felizes na casa dos pais.

Em 1885 o sr. Calisto é obrigado a retornar à Itália; Bakhita pede para acompanhá-lo e obtêm consentimento. E assim partiram em companhia de um amigo, o sr. Augusto Michieli, a quem o cônsul presentearia em Gênova com a jovem africana.

Chegando à Itália com seu 7º “patrão”, o rico comerciante Michieli, foi para vila Zianino de Mirano Veneto onde Bakhita se tornou babá de Mimina, a filhinha do casal. Apesar de serem pessoas boas e honestas, não eram praticantes de religião. Como sempre, Deus tem seus caminhos e acabou colocando no caminho de Bakhita, o administrador dos Michieli, Iluminato Chechini.

Iluminato era um homem muito religioso e logo se preocupou com a formação religiosa de Bakhita; e ao dar um crucifixo a ela, disse em seu coração: “Jesus, eu a confio a Ti”.

Quando os Michieli tiveram de voltar para Suakin, na África, por motivos de negócios, Bakhita e a pequena Mimina ficaram aos cuidados das Irmãs Canossianas, em Veneza, e isto graças ao sr. Iluminato.

Bakhita iniciou o catecumenato (catequese para receber os sacramentos iniciais), no Instituto das Irmãs. Ao final de nove meses, a sra. Maria Turina voltou à Itália para buscar sua filhinha Mimina e aquela que considerava sua escrava, pois retornariam à África.

Naquele instante, Bakhita já toda apaixonada por Jesus, prestes a receber os sacramentos, recusa-se a voltar para a África, apesar do afeto que nutria pela família Michieli e principalmente pela pequena. Sentia em seu coração um desejo inexplicável de abraçar a fé e vivê-la para sempre.

Apesar dos apelos e até ameaças da sra. Michieli, nossa jovem africana não cedeu em sua minima resolução. Bakhita estava livre, na Itália não havia escravidão. Sua patroa retornou à África com sua filha e Bakhita prosseguiu com sua catequese, feliz mesmo sabendo que seria a última chance de rever seus familiares na África.

No dia 09 de janeiro de 1890, Bakhita é batizada, crismada e recebe a 1° comunhão das mãos do Patriarca de Veneza, Cardeal Agostini. No batismo recebe o nome de Josefina Margarida Bakhita. Ela descreveria este dia como mais feliz de sua vida: sentir-se filha de Deus era-lhe uma emoção inigualável, assim como receber Jesus na eucaristia era o Céu na Terra.
Bakhita nutria em seu coração o sublime desejo de se tornar religiosa, uma Irmã Canossiana. Josefina Bakhita foi aceita na congregação das Filhas da Caridade Canossianas, servas dos pobres e, depois de três anos de noviciado, no dia 08 de dezembro de 1896 pronunciou os votos de: Castidade Pobreza e Obediência.

Depois da profissão religiosa, nossa Irmã Bakhita foi transferida para a cidade de Schio, em outra obra da Congregação, e lá permaneceu por 45 anos, onde passou a ser conhecida como a “Madre Morena”.
Irmã Bakhita era atenciosa com todos, sem distinção, desde as crianças do colégio, seus pais, sacerdotes, com suas irmãs religiosas, etc., sempre levando a todos palavras de conforto, consolo e amor incondicional a Deus Pai.

Em todas as funções que exerceu, sempre colocou seu coração doce e sincero na Igreja, na Sacristia, na portaria ou na cozinha, era tudo para todos, com seu sorriso de anjo.

Irmã Bakhita, em sua infância na África, mesmo sem saber nada de Deus, pensava em seu coração inocente e puro, quando olhava a lua e as estrelas: “Quem será o patrão de todas estas coisas?”. Oh! Bakhita, Deus já estava te preparando para Ele!

Bakhita sonhava com a conversão do povo africano e, no dia de sua profissão religiosa, rezou: “Ó Senhor, se eu pudesse voar lá longe, entre a minha gente e proclamar a todos, em voz alta, a tua bondade. Oh! Quantas almas eu poderia conquistar para Ti! Entre os primeiros, a minha mãe e o meu pai, os meus irmãos, a minha irmã ainda escrava... e todos, todos os pobres negros da África. Faça, ó Jesus, que também eles te conheçam e te amem!”.

No ano de 1947 Bakhita adoeceu, já quase sem forças, em cadeira de rodas, passava horas em oração, em adoração e contemplação. Era o dia 08 de fevereiro de 1947, nossa Irmã Morena murmurava: “Como estou contente! Nossa Senhora! Nossa Senhora!”.

Depois de algum tempo, em seus últimos momentos, disse: “Vou-me devagarinho para a eternidade... Vou com duas malas: uma contém os meus pecados; a outra, bem mais pesada, contém os méritos infinitos de Jesus Cristo. Quando eu comparecer diante do Tribunal de Deus, cobrirei a minha mala feia com os méritos de Nossa Senhora. Depois abrirei a outra e apresentarei os méritos de Jesus Cristo. Direi ao Pai: ‘Agora julgai o que vedes’. Estou segura de que não serei rejeitada! Então me voltarei para São Pedro e lhe direi: ‘Pode fechar a porta porque eu fico!”

Às 20 horas, irmã Bakhita entrega sua alma a Deus. O povo em grande multidão quer dar o último adeus à Madre Morena, sua fama de santidade se espalhou rapidamente e todos recorriam ao seu túmulo pedindo sua intercessão.

Em 17 de maio de 1992 foi beatificada e, em 1º de outubro de 2000, foi elevada à honra dos altares, declarada “Santa” pelo nosso Santo Padre, o Papa João II, sendo que o milagre que a levou a ser reconhecida como Santa, aconteceu em Santos, no Brasil.

Santa Bakhita deve sempre inspirar sentimentos de confiança na Providência, doçura para com todos e alegria em servir.


Paz e Bem!
Amém














7 comentários: :


jorge disse...

Conheci a história da vida de Santa Josefina Bakhita lendo uma revista ARAUTOS DO EVANGELHO desde então nunca mais deixei de pedir sua

intercessão pois acho uma santa muito

forte e espero através dela alcançar três graças extremamentes importantes,uma das quais é as condições de pagar o acorde e a matricula do meu curso de direito.

Santa JOSEFINA BAKHITA intercedei por nós.Amém.



21 de janeiro de 2010 16:56

Leandro disse...

As fotos de Santa Bakhita, assim como de todos os Santos, são lindas.



17 de fevereiro de 2010 02:29

Jorge Luiz disse...

Jorge Mendonça;Rio Grande do Sul, conheci a História da Santa Morena(BAKHITA) NO FILME Q ME FOI DADO DE PRESENTE POR UMA AMIGA(LIGIA) FIQUEI IMPRECIONADO COM A HISTÓRIA! APESAR DO SOFRIMENTO ELA SEMPRE TEVE UM SORRISO E UMA PALAVRA AMIGA.

SANTA BAKHITA ROGAI POR NÓS.

AMÉM.



2 de maio de 2010 18:35


Jorge Luiz disse...


Obrigado, sejamos todos feliz no


AMOR DE DEUS, AMÉM



2 de maio de 2010 18:39


martha belotto disse...


assisti o filme e fiquei muito emocionada e agradeco a deus por colocar entre nos pessoas com esta pois o mundo esta precisando ver e ouvir que a felicidade esta en pequenas gestos de amor carinho e compreencao,somente estas palavrasserian necessario para nos termos um mundo mais tranquilo e feliz.



20 de maio de 2010 12:17


Delmo Oliveira disse...


Santa Josefina Margarida BAKHITA, ajuda-me a pagar todas as dívidas que tenho e ajudar oe meus irmãos e as pessoas que passam na minha vida.


DELMO OLIVEIRA, de Belém do Pará.



23 de maio de 2010 07:24


cicero disse...


Não conhecia a história de Santa Bakhita e chorei quando a lí...um verdadeiro anjo que se encontra ao lado de Deus.Santa morena,rogai a Deus por nós.



29 de junho de 2010 19:51

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sexta-feira, 1 de outubro de 2010

História 01 - "A alegria de Gerson"

História 01
"A alegria de Gerson"
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         Em uma casa muito simples, moravam dona Ana e "seu" Flávio, com 4 filhos.
         O mais velho era o Gerson, que estava com 9 anos de idade.


a02.jpg (78404 bytes)
      "Seu" Flávio estava doente e não podia se levantar da cama. Por isso, dona Ana trabalhava como lavadeira para manter a casa, comprar os remédios, a comida e agasalhos para o marido e os filhos.

   

a03.jpg (82878 bytes)
            Gerson era quem mais ajudava a mamãe. Tomava conta dos irmãos menores.


a04.jpg (69111 bytes)       
          
        Fazia também a entrega de roupas para as freguesas.


a05.jpg (71910 bytes)
      Às vezes, ficava na esquina do armazém com uma caixa de engraxate, limpando os sapatos das pessoas para ganhar algum dinheiro.
       Ele era esforçado, trabalhava com alegria e estava sempre sorrindo, mostrando os dentes brancos e cantando as canções que aprendia na escola ou com a mamãe.

a06.jpg (66478 bytes)      Era ele que, à tardinha, dava banho nos irmãos e dizia:
      - Vamos, garotada! Está na hora de tirar a sujeira!
     Gerson deixava-os limpinhos e com a roupa trocada, e isso alegrava muito dona Ana.


a07.jpg (58182 bytes)     Quando um irmãozinho ficava doente, era ele que marcava direitinho as horas de dar o remédio, verificar a febre e, fazia tudo tão cuidadosamente, que parecia mesmo um doutorzinho. Enquanto isso, sua mãe estava no tanque, lavando as roupas das freguesas.
           Com todas essas ocupações, Gerson achava tempo para tudo: brincar, trabalhar e estudar.
               Sua família, às vezes, passava dificuldades, quando o dinheiro de dona Ana era gasto em remédios para o "seu" Flávio, que parecia já estar mehorando.

a08.jpg (79854 bytes)     O tempo foi passando e se aproximando o Natal, quando as lojas ficam enfeitadas e quase todas as crianças esperam um presente ou uma surpresa.
         Mas, dona Ana não podia comprar nem enfeites nem doces, bolos ou presentes para seus filhos, no Natal.



a09.jpg (89531 bytes)          Na véspera de Natal, ela chamou o filho  mais velho e disse:
           - Gerson, por favor vá entregar essas roupas à dona Geni e veja se ela pode adiantar o pagamento.
          - Pois não, mamãe. Já estou indo...
          Pelo caminho, Gerson pensava: "O dinheiro que vou receber é pouco e o Natal é amanhã. Mamãe não poderá comprar enfeites, bolos, nem brinquedos..."


a10.jpg (79937 bytes)    Quando chegou à porta, bateu e foi atendido por uma senhora.
        - Dona Geni, vim trazer a roupa que a senhora mandou lavar.
        - Entre Gerson, venha cá até a sala.
           Ao chegar à sala, viu uma mesa enorme, toda enfeitada com pratos e salgadinhos e até umas bolas coloridas!...
           - Que beleza! Nunca vi coisas tão bonitas!...
           - Pegue, Gerson. Sirva-se do que quiser - falou Dona Geni.
             -Não, muito obrigado...
            Dona Geni insistiu para que ele se servisse, mas o pensamento do menino estava em casa: nos irmãozinhos e nos pais, que gostariam de comer aqueles doces gostosos.
           Gerson preferia ficar sem experimentar um doce sequer, a comer sem levar nada para os seus.
           Enquanto esperava Dona Geni voltar à sala, ele pensou: "Será que ela se lembrará de dar o dinheiro da roupa? E se ela esquecer? Se ela der, poderemos ter um Natal melhor..."
a11.jpg (60238 bytes)      Quando Dona Geni apareceu, trazia nas mãos um pacote bem grande com um lindo laço colorido.
          - Gerson, leve este pacote para casa.
         "Como pesa! O que haverá dentro?" - pensou o garoto.
          Dizendo "muito obrigado" e desejando Feliz Natal à Dona Geni, Gerson tomou o caminho de volta. Com o coração cheio de alegria, tentou correr para chegar mais depressa, porém não conseguiu, devido ao peso do pacote.
         Como sua família ficaria feliz com aquele presente!
a12.jpg (79874 bytes)    Ao chegar em casa, a surpresa foi geral e a alegria da família, enorme.
       Foi uma festa, todos ajudaram a abrir o pacote. Foi a mamãe quem tirou a surpresa da caixa:
         - Oh! Um lindo bolo de chocolate!
         - Há mais coisas, papai, ajude-me a tirar! Uma bola! Um trenzinho!...
         - Uma boneca! Um caminhãozinho!... - disse a irmãzinha.
        Todos cantaram e comeram uma fatia do bolo que Dona Geni tinha dado. A mamãe pediu a Deus que abençoasse a boa senhora.
        E assim foi feliz o Natal de Gerson!

(Adapatação feita pelo Departamento da Infância e Juventude da Federação Espírita do Estado de São Paulo)

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