AS VOSSAS VONTADES E AS VOSSAS ESCOLHAS
Vigiai as vossas vontades.
Buscai, sim, a realização dos vossos sonhos. Mas tende presente que, assim como o mundo gira a uma velocidade constante, é apenas no tempo certo que os conseguireis realizar.
Como a própria vida, também o mundo tem as suas regras, que por vós mesmos foram estabelecidas. E se nele viveis precisais respeitá-las, para serdes por vossa vez respeitados.
Acostumai-vos a não desejar o impossível; nem exigí-lo daqueles que vos cercam. Pois aquele que assim procede não conhecerá a realização; amargará, sim, a frustração.
Porque não é sensato o homem que, desejando figos, se encaminha para a tamareira; nem aquele que se despe para a noite no deserto, cujo frio haverá de enregelá-lo.
Buscais acaso o mar, quando a sede vos atormenta? Ou esperais que a semente hoje plantada já vos possa amanhã oferecer os seus frutos? Credes que o tempo possa voltar sobre si mesmo?
Decerto, não o fazeis. E, entretanto, angustiai-vos quando não se realizam os vossos desejos; como se devesse o Universo atender às vossas vontades.
E daqueles que vos cercam, não raro exigis mais do que vos podem dar. Porque não os vedes como pessoas, com vontades e possibilidades distintas, mas como instrumentos da vossa vontade.
Antes, deveríeis saber que cada pessoa tem as suas próprias limitações; e não as pode alterar, para atender aos vossos desejos. Como não pode o rio sustar o seu curso.
Esta, muitas vezes, é a razão dos vossos sofrimentos. E, se atentardes para esta verdade, por certo não vos será necessário prantear tantos amores desfeitos, tantos sonhos frustrados.
Aquele que mais espera, não é quem mais obtém; e sim o que mais se decepciona. Como aquele que mais exige é o que mais vezes lamentará a sua frustração.
Vigiai, pois, as vossas vontades; e cuidai para não impô-las àqueles que vos cercam. Deixai-os livres, para que façam as suas escolhas; assim, conhecereis também a liberdade.
E juntos podereis seguir os vossos caminhos.
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