AQUELE, PORÉM, QUE PERSEVERAR ATÉ AO FIM, ESSE SERÁ SALVO
Encontramos essa expressão de Jesus em três textos dos Evangelhos: Mateus 10:22; Mateus 24:13; Marcos 13:13.
Tem sido uma expressão muito utilizada pelos defensores de que uma pessoa alcança a salvação através de esforço pessoal e de que uma pessoa, não perseverando até o fim da sua vida, perde a salvação. É uma expressão tão difícil de ser interpretada que a maioria absoluta dos comentaristas ou não fazem referência alguma, ou tecem comentários superficiais, evitando se aprofundar.
No entanto a expressão pode ser compreendida perfeitamente, desde que a analisemos à luz do contexto de ensinamentos claros de Jesus Cristo sobre o recebimento da salvação e sobre a garantia da salvação. Também pode ser compreendida à luz do contexto em que foram pronunciadas.
Primeiramente devemos observar que Jesus ensinou que a salvação é uma dádiva de Deus (por isso é uma graça – Efésios 2:8) e que desfruta dessa dádiva todos os que crêem nele como Filho unigênito de Deus (João 3:16). Também devemos observar que Jesus ensinou que todo aquele que dá ouvidos à sua Palavra e, conseqüentemente, crê em Deus como aquele que enviou Jesus Cristo como Salvador, tem a vida eterna. Não terá no fim, mas tem no presente. Ensinou que não entrará em condenação, garantindo que a vida do crente já está sob a garantia da absolvição. E ensinou, também, que todo aquele que é salvo já tem uma nova vida, pois passou da morte para a vida (João 5:24).
Ora, não poderíamos aceitar que Jesus se contradisse, que teria ensinado tão claramente a respeito do recebimento e da garantia da salvação para depois ensinar a respeito da conquista e da insegurança da salvação.
Não podendo aceitar tal contradição em Jesus, somos obrigados a aceitar, como passo inicial para a interpretação da expressão que Jesus não está ensinando que serão salvos somente os que forem fiéis até o fim da sua vida.
Mas, então, o que ele ensina?
Primeiramente observe-se que os textos registram Jesus ensinando a respeito dos últimos dias, antecedentes à sua segunda vinda. Ele está ensinando a respeito de momentos e situações específicas. Não fosse assim teríamos que aceitar que durante mais de dois mil anos todos os crentes em Cristo, em todos os lugares viveriam sob terríveis tribulações, sendo odiados por todos, perseguidos incessantemente. E sabemos que ao longo da história do cristianismo isto não aconteceu incessantemente. E, já que não aconteceu assim, sendo um ensinamento de Jesus, como as pessoas teriam sido salvas em lugares onde puderam viver tranqüilamente suas vidas cristãs?
Na realidade Jesus não está conclamando crentes a permanecerem fiéis para serem salvos, mas está declarando que os fiéis serão salvos. É uma expressão de ânimo, que tem a finalidade de lembrar que seus servos deveriam suportar tribulações neste mundo lembrando-se que serão salvos. Ele está declarando que os que crêem nele serão salvos.
Se não, observemos que Jesus declarou em diversas ocasiões que o crente permanecerá fiel. Em Mateus 24:22 ele diz que os dias de tribulação serão abreviados para que os escolhidos sejam salvos; em Mateus 24:24 ele diz que se possível fora os falsos cristos e falsos profetas enganariam até os escolhidos (sinal de que não podem ser enganados).
Finalizando, podemos dizer que a expressão é uma declaração de Jesus em que afirma que seus servos serão salvos porque permanecerão até o fim. E afirma para consolá-los diante de terríveis tribulações nos tempos antecedentes à vinda do Filho do Homem.
Postado por Pr Dinelcir de Souza Lima
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