domingo, 27 de fevereiro de 2011

DHAMMAPADA – Introdução









Dhammapada é um texto budista versificado do cânone Theravada. São 423 aforismas no idioma dos textos sagrados do Sri Lanka (Ceilão), Mianmar (Birmânia) e Indochina. Fazem parte do Khuddaka Nikaya, um dos textos que compõem o Sutta Pitaka (compilação de discursos). Metade dos versos também pode ser encontrada em outras partes do cânone em pali. Comentários atribuídos ao estudioso Buddhaghosa no século V incluem 305 histórias que dão contexto aos versos.






Escreve-se “Dhammapada” no original em pali ou “Dharmapada” em sânscrito. O termo Dhamma pode se referir à doutrina do Buda, à Verdade Eterna (Lei), à retidão ou a todos os fenômenos. O termo Pada significa pé, mas neste contexto pode se referir a caminho ou versos.






De acordo com a tradição, os versos do Dhammapada foram recitados pelo próprio Buda em várias ocasiões e compilados em torno de um tema central para cada capítulo. A maioria dos versos trata da ética e há muita polêmica sobre a pureza da versão original.






O Buda observou, refletiu e expôs em forma de argumentação suas Quatro Nobres Verdades: Há sofrimento; O sofrimento tem origem no medo e no desejo; A extinção do medo e do desejo extingue o sofrimento; Seguir o Nobre Caminho Óctuplo é eliminar o medo e o desejo.






Resumidamente, este é o Nobre Caminho Óctuplo: Visão correta; Intensão correta; Palavras corretas; Atos corretos; Meio de vida correto; Esforço correto; Atenção correta e Concentração correta.






fonte: wikipedia em inglês






Em Outubro de 2009 a editora L&PM lançou a primeira versão (de bolso) do Dhammapada traduzida do original em pali diretamente para o português do Brasil. Leia aqui uma entrevista com o tradutor Fernando Cacciatore de Garcia.


A versão que ofereço neste blog foi traduzida do espanhol.

DHAMMAPADA Capítulo I – Princípios Paralelos“Todos os estados anímicos nascem na mente. A mente é seu fundamento e somente ela lhes dá origem. Se alguém fala ou age de acordo com um pensamento impuro, o sofrimento o perseguirá como a roda segue os cascos do boi.

Todos os estados anímicos nascem na mente. A mente é seu fundamento e somente ela lhes dá origem. Se alguém fala ou age de acordo com pensamentos puros, a felicidade o perseguirá como uma sombra fiel.
“Esse homem me humilhou, me agrediu, me venceu, me roubou”. O ódio de quem abriga tais pensamentos não se apaga jamais.
“Esse homem me humilhou, me agrediu, me venceu, me roubou”. Àqueles que afastam de si tais pensamentos o ódio jamais possue.
O ódio não será vencido neste mundo através do ódio. Somente o amor pode apagá-lo. Esta é a lei antiga e eterna.
São muitos os que ignoram que a disputa nos leva à morte. Quem compreende isso, abandona para sempre as disputas.

Aquele que é dominado pelos prazeres, de desejos descontrolados, aquele que come desmesuradamente, o implacável, o preguiçoso, esse será abatido por Mara como uma árvore abatida pelo vento.
Aquele que sabe das impurezas, que governa seus sentidos, aquele que come comedidamente, o piedoso, o trabalhador, não será abatido nunca por Mara, como uma montanha não pode ser abatida pelo vento.
Aquele que não domina a si mesmo se afasta da verdade e não é merecedor da túnica amarela de monge.
Aquele que ficou livre de toda mancha, que estima a moral, o que é temperado, que domina a si mesmo e ama a verdade, é merecedor da túnica amarela de monge.
Os que confundem o essencial com o supérfluo jamais alcançam, devido à sua confusão, o Essencial que é o Nirvana, o supremo refúgio que se encontra além de todas as amarras.
Mas aqueles que vêem o essencial no essencial e o supérfluo no supérfluo, por seu julgamento reto, alcançam o Essencial.
A ansiedade penetra a mente mal cultivada como a chuva penetra uma casa sem telhado.
A ansiedade não entra na mente mal cultivada, assim como a chuva não entra em uma casa provida de bom telhado.
O homem mau se lamenta todo o tempo e em todo lugar e, percebendo a impureza de seus atos, é abatido pelo sofrimento.
O homem bom se regozija todo tempo e em todo lugar e, percebendo a pureza de seus atos, é enaltecido pela alegria.
O homem que age mal, sofre o tempo todo e, consciente de que agiu mal, vai aumentando seu sofrimento.
O homem que age bem, alegra-se o tempo todo e, consciente de que age bem, vai aumentando sua alegria.
Mesmo que recites as escrituras constantemente, se não ages de acordo com o Dhamma, és como o vaqueiro que conta as vacas dos outros em vez de suas próprias.
Mesmo que não recites as escrituras constantemente, se ages conforme o Dhamma, abandonando o desejo, o ódio e a ignorância, sua mente se liberta e perde toda dependência do espaço e do tempo.”

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