terça-feira, 23 de novembro de 2010

O Livro de Urântia - O Nascimento e a Infância de Jesus



(1344.1) 122:0.1 DIFICILMENTE será possível esclarecer de modo pleno sobre as muitas razões que levaram à escolha da Palestina como a terra para a auto- outorga de Michael; e especialmente sobre a razão pela qual a família de Maria e José fosse selecionada como o núcleo imediato para a vinda desse Filho de Deus em Urântia.






(1344.2) 122:0.2 Após um estudo da informação especial sobre as condições dos mundos segregados, preparado pelos Melquisedeques em conselho com Gabriel, Michael finalmente escolheu Urântia como o planeta onde cumprir a sua auto-outorga final. Depois dessa decisão Gabriel fez uma visita pessoal a Urântia e, pelo resultado do seu estudo dos grupos humanos e da sua pesquisa das características espirituais, intelectuais, raciais e geográficas do mundo e seus povos, ele decidiu que os hebreus possuíam aquelas vantagens relativas que garantiriam a sua seleção como a raça para a auto-outorga. Depois que Michael aprovou essa decisão, Gabriel destacou a Comissão Familiar dos Doze — selecionada dentre as mais elevadas personalidades deste universo — e despachou-a para Urântia, encarregando-a da tarefa de efetuar uma investigação sobre as famílias judaicas. Quando essa comissão terminou os seus trabalhos, Gabriel estava presente em Urântia e recebeu o informe que designava três casais com a perspectiva de poderem ser, na opinião dessa comissão, as famílias igualmente mais favoráveis à auto-outorga em prospecto, para a encarnação projetada de Michael.






(1344.3) 122:0.3 Dos três casais apontados, a escolha pessoal de Gabriel recaiu sobre José e Maria; em seguida ele fez a sua aparição pessoal a Maria, ocasião em que lhe comunicou as boas-novas de que havia sido ela a escolhida para tornar-se a mãe terrena do menino auto-outorgado.










1. José e Maria






(1344.4) 122:1.1 José, o pai humano de Jesus (Joshua ben José), era um hebreu entre os hebreus, embora trazendo muitos traços hereditários não judeus, que vinham sendo adicionados à sua árvore genealógica, de tempos em tempos, pela linhagem feminina dos seus progenitores. A linhagem ancestral do pai de Jesus remontava aos dias de Abraão e, através desse venerável patriarca, remetia-se até as linhas mais antigas de hereditariedade, que se ligavam aos sumérios e noditas e, através das tribos meridionais dos antigos homens azuis, até Andon e Fonta. Davi e Salomão não estavam na linha direta dos antepassados de José, nem a sua linhagem ia diretamente a Adão. Os ancestrais imediatos de José eram trabalhadores em artefatos — construtores, carpinteiros, pedreiros e forjadores. José, ele próprio, era carpinteiro e mais tarde foi um empreiteiro. A sua família pertencia a uma longa e ilustre linhagem notável de gente comum, acentuada, aqui e ali, pelo aparecimento de indivíduos incomuns, que se haviam distinguido de algum modo e que estiveram ligados à evolução da religião em Urântia.






(1345.1) 122:1.2 Maria, a mãe terrena de Jesus, era descendente de uma longa linhagem de ancestrais singulares, que abrangia várias das mulheres mais notáveis na história das raças de Urântia. Embora Maria fosse uma mulher comum, dos seus dias e geração, dona de um temperamento bastante corriqueiro, ela contava entre os seus antepassados com mulheres bem conhecidas como Anon, Tamar, Rute, Betsabá, Ansie, Cloa, Eva, Enta e Ratta. Nenhuma mulher judia, daquela época, era de linhagem mais ilustre de progenitores e nenhuma remontava a origens mais auspiciosas. A uniformidade na linha dos ancestrais de Maria, e a de José, caracterizada pela predominância de indivíduos fortes mas comuns, era quebrada aqui e ali por várias personalidades que se destacavam na marcha da civilização e da evolução progressiva da religião. Do ponto de vista racial, não seria próprio considerar Maria como judia. Na cultura e na crença ela era judia, mas, pelos dons hereditários, era mais uma composição de sangue sírio, hitita, fenício, grego e egípcio, de modo que a sua herança racial era mais genérica do que a de José.






(1345.2) 122:1.3 De todos os casais que viviam na Palestina por volta da época da auto- outorga projetada de Michael, José e Maria possuíam a combinação ideal de parentescos raciais abertos e de dons de personalidade acima do normal. Era plano de Michael aparecer na Terra como um homem comum, de modo tal que a gente comum o entendesse e o recebesse; e por isso é que Gabriel havia selecionado pessoas como José e Maria para tornarem-se os progenitores nessa auto-outorga.










2. Gabriel Aparece para Isabel






(1345.3) 122:2.1 O trabalho da vida de Jesus em Urântia, na verdade, foi iniciado por João Batista. Zacarias, o pai de João, era um sacerdote judeu, enquanto a sua mãe, Isabel, era membro do ramo mais próspero do mesmo grande grupo familiar ao qual também pertencia Maria, a mãe de Jesus. Zacarias e Isabel, embora estivessem casados há muitos anos, não tinham filhos.






(1345.4) 122:2.2 Era já o final do mês de junho, do ano 8 a.C., cerca de três meses após o casamento de José e Maria, quando Gabriel, certo dia, apareceu para Isabel, ao meio-dia, tal como mais tarde se apresentaria perante Maria. E Gabriel disse a ela:






(1345.5) 122:2.3 “O teu marido, Zacarias, está diante do altar em Jerusalém, enquanto o povo reunido ora pela chegada do libertador, e eu, Gabriel, vim para anunciar que tu irás dentro em pouco conceber um filho que será o precursor do seu divino mestre; e chamarás de João ao teu filho. Ele crescerá dedicado ao senhor seu Deus e, quando atingir a maturidade, ele alegrará ao teu coração, porque conduzirá muitas almas para Deus, e também irá proclamar a vinda do curador de almas do vosso povo e o libertador do espírito de toda a humanidade. A tua prima Maria será a mãe desse menino prometido e eu também aparecerei diante dela”.






(1345.6) 122:2.4 Essa visão amedrontou grandemente a Isabel. Depois da partida de Gabriel ela repassou a experiência, revirando-a na sua mente, ponderando longamente sobre as palavras do majestoso visitante, mas não falou da revelação a ninguém, exceto ao seu marido, até que posteriormente afinal visitasse Maria, em princípios de fevereiro do ano seguinte.






(1345.7) 122:2.5 Durante cinco meses, contudo, Isabel guardou aquele seu segredo até mesmo do marido. E quando contou a ele sobre a visita de Gabriel, Zacarias permaneceu cético e durante semanas duvidou de toda a experiência; só consentindo em acreditar na visita de Gabriel à sua esposa, e sem maior entusiasmo, quando não mais podia duvidar de que ela esperava uma criança. Zacarias ficou muito perplexo com a maternidade próxima de Isabel, mas não duvidou da integridade da sua esposa, apesar da idade avançada dele. E, apenas seis semanas antes do nascimento de João, é que Zacarias, em conseqüência de um sonho impressionante, tornou-se plenamente convencido de que Isabel estava para tornar-se a mãe de um filho do destino, aquele que iria preparar o caminho para a vinda do Messias.






(1346.1) 122:2.6 Gabriel apareceu para Maria por volta de meados de novembro, do ano 8 a.C., no momento em que ela estava trabalhando na sua casa em Nazaré. Mais tarde, após haver sabido que era certo que estava para ser mãe, Maria persuadiu José a deixá-la viajar à cidade de Judá, a sete quilômetros a oeste de Jerusalém, nas montanhas, para visitar Isabel. Gabriel tinha informado a cada uma dessas duas futuras mães sobre a sua aparição à outra. Naturalmente ficaram ansiosas para encontrarem-se, para compartilhar as experiências, e para falar sobre o futuro provável dos seus filhos. Maria permaneceu com a sua prima distante por três semanas. Isabel fez muito para fortalecer em Maria a fé na visão de Gabriel, de modo que esta voltou para a sua casa mais plenamente dedicada ao chamado de ser mãe do menino predestinado, a quem ela, muito em breve, iria apresentar ao mundo como um bebê indefeso, uma criança comum e normal deste reino.






(1346.2) 122:2.7 João nasceu na cidade de Judá, aos 25 de março, do ano 7 a.C. Zacarias e Isabel rejubilaram-se grandemente com o fato de que um filho tivesse vindo para eles como Gabriel havia prometido; e, ao oitavo dia, quando apresentaram a criança para a circuncisão, eles o batizaram formalmente como João, exatamente como se lhes havia sido ordenado. E logo um sobrinho de Zacarias partiu para Nazaré, levando até Maria a mensagem de Isabel que proclamava o nascimento de um filho cujo nome seria João.






(1346.3) 122:2.8 Desde a mais tenra infância os pais inculcaram em João a idéia de que ele cresceria e tornar-se-ia um líder espiritual e um mestre religioso. E, no coração de João, o solo sempre foi sensível a essas sementes sugestivas. Ainda quando criança o encontravam freqüentemente no templo durante os ofícios do serviço do seu pai; e João ficava imensamente impressionado com o significado de tudo o que via.










3. O Anúncio de Gabriel Feito a Maria






(1346.4) 122:3.1 Uma tarde, por volta do cair do sol, antes que José tivesse retornado ao lar, Gabriel apareceu a Maria, ao lado de uma mesa baixa de pedra, e após ela haver- se recomposto, ele disse: “Venho a pedido daquele que é o meu Mestre, a quem tu irás amar e nutrir. A ti, Maria, trago alegres novas e anuncio que a concepção em ti foi ordenada pelo céu e que, no tempo devido, tu te tornarás a mãe de um filho; tu o chamarás Joshua; e ele irá inaugurar o Reino do céu na Terra entre os homens. Nada digas disso a ninguém, exceto a José e Isabel, a tua parente, para quem também eu apareci e que deve também agora conceber um filho cujo nome será João e será ele quem preparará o caminho para a mensagem de libertação que o teu filho irá proclamar aos homens com uma grande força e uma convicção profunda. E não duvides tu de minha palavra, Maria, pois este lar foi escolhido como a residência mortal do menino predestinado. A minha bênção recai sobre ti e os poderes dos Altíssimos irão fortalecer-te; e o Senhor de toda a Terra acobertar-te-á na Sua sombra”.






(1346.5) 122:3.2 Maria ponderou sobre essa visitação, secretamente, no seu coração, durante várias semanas, antes de ousar abrir-se com o marido a respeito desses acontecimentos inusitados, até que estivesse certa de que carregava em si uma criança. Ao escutar sobre tudo isso, ainda que grande fosse a sua confiança em Maria, José ficou muito perturbado e não pôde dormir por várias noites. A princípio José tinha dúvida sobre a visita de Gabriel. Depois, quando estava quase se persuadindo de que Maria tinha realmente ouvido a voz e visto a forma do mensageiro divino, José torturava-se ao pensar sobre como poderiam ser essas coisas. Como a progênie de seres humanos, poderia ser um filho com destino divino? E José não podia nunca reconciliar essas idéias conflitantes até que, depois de várias semanas de muito pensar, ambos, ele e Maria, chegaram à conclusão de que tinham sido escolhidos para tornarem-se os pais do Messias; ainda que o conceito judeu não fosse, nem um pouco, o de que o libertador aguardado deveria ter a natureza divina. Ao chegarem a essa importante conclusão, Maria apressou-se a partir para uma visita a Isabel.






(1347.1) 122:3.3 Quando retornou, Maria foi visitar os seus pais, Joaquim e Ana. Seus dois irmãos, as duas irmãs, bem como seus pais sempre foram muito céticos sobre a missão divina de Jesus, embora até esse momento, evidentemente, nada ainda soubessem da visitação de Gabriel. Mas Maria confidenciou à sua irmã Salomé que achava que o seu filho estava destinado a tornar-se um grande mestre.






(1347.2) 122:3.4 O anúncio que Gabriel fez a Maria aconteceu no dia seguinte à concepção de Jesus e foi o único evento de ocorrência sobrenatural ligado a toda a experiência de Maria de conceber e trazer dentro de si o menino da promessa.










4. O Sonho de José






(1347.3) 122:4.1 José não se conformou com a idéia de que Maria estivesse para tornar-se mãe de uma criança extraordinária, até que teve a experiência de um sonho de forte impressão. Nesse sonho um mensageiro celestial brilhante apareceu a ele e, entre outras coisas, disse: “José, apareço sob o comando Daquele que agora reina nas alturas; e tenho o mandado de instruí-lo a respeito do filho que Maria irá gerar e que se tornará uma grande luz para o mundo. Nele estará a vida; e a sua vida tornar-se-á a luz da humanidade. Ele virá primeiro para o seu próprio povo, todavia poucos destes o receberão; mas, a quantos o receberem, será revelado que são os filhos de Deus”. Depois dessa experiência José deixou totalmente de duvidar da história de Maria sobre a visita de Gabriel e sobre a promessa de que a criança que estava para nascer tornar-se-ia um mensageiro divino para o mundo.






(1347.4) 122:4.2 Em todas essas visitações nada foi dito sobre a casa de Davi. Nada jamais deixou transparecer que Jesus tornar-se-ia o “libertador dos judeus”, nem mesmo que seria o Messias há muito esperado. Jesus não era um Messias tal como os judeus haviam antecipado, mas era o libertador do mundo. A sua missão não se dirigia apenas a um povo, era para todas as raças e povos.






(1347.5) 122:4.3 José não tinha a linhagem do Rei Davi. Maria tinha mais ancestrais na linha de Davi do que José. Bem verdade é que José havia ido a Belém, cidade de Davi, para ser registrado no censo romano, mas isso aconteceu porque seis gerações antes, o ancestral de José, naquela geração, sendo um órfão, tinha sido adotado por um certo Zadoc, que era descendente direto de Davi; e por isso José podia ser também contado como sendo da “casa de Davi”.






(1347.6) 122:4.4 A maioria das chamadas profecias messiânicas, no Antigo Testamento, puderam ser aplicadas a Jesus, e sobretudo muito tempo depois que a sua vida na Terra havia já sido vivida. Durante séculos, os profetas hebreus haviam proclamado a vinda de um libertador; e essas promessas tinham sido elaboradas por gerações sucessivas e referiam-se a um governante judeu que iria sentar-se no trono de Davi e que, por meio dos métodos miraculosos de Moisés, estabeleceria os judeus na Palestina como uma nação poderosa, livre do domínio estrangeiro. Novamente, muitas das passagens figurativas encontradas nas escrituras dos hebreus foram posteriormente aplicadas de modo distorcido à missão da vida de Jesus. Muitos dos dizeres do Antigo Testamento foram deformados de modo a parecerem adequar-se a algum episódio da vida do Mestre na Terra. Jesus certa vez negou publicamente, ele próprio, qualquer ligação com a casa real de Davi. Até mesmo aquela passagem: “uma jovem dará à luz um filho”, foi levada a ser lida como sendo: “uma virgem dará à luz um filho”. Isso também é verdade sobre muitas das genealogias feitas, tanto de José quanto de Maria, as quais foram elaboradas depois da carreira de Michael na Terra. Muitas dessas linhagens contêm bastante da linha ancestral do Mestre, mas no todo elas não são genuínas e nem confiáveis como sendo verdadeiras. Os primeiros seguidores de Jesus freqüentemente sucumbiam à tentação de fazer com que todas as velhas expressões proféticas parecessem encontrar a sua realização na vida do seu Senhor e Mestre.










5. Os Pais Terrenos de Jesus






(1348.1) 122:5.1 José era um homem de maneiras suaves, extremamente consciente e, de todos os modos, fiel às convenções e práticas religiosas do seu povo. Falava pouco, mas pensava muito. A condição sofrida do povo judeu causava muita tristeza em José. Na sua juventude, entre os seus oito irmãos e irmãs, ele havia sido mais alegre, mas nos primeiros anos da sua vida de casado (durante a infância de Jesus) esteve sujeito a períodos de um desencorajamento espiritual leve. Essas manifestações do seu temperamento foram bastante atenuadas, um pouco antes da sua morte prematura, depois que a situação econômica da sua família melhorou, em conseqüência do seu progresso, quando passou, de carpinteiro, à posição de um próspero empreiteiro.






(1348.2) 122:5.2 O temperamento de Maria era completamente oposto ao do marido. Geralmente era alegre, muito raramente ficava abatida e possuía uma disposição sempre ensolarada. Maria permitia-se dar livre e freqüente vazão à expressão dos seus sentimentos e emoções e nunca se sentira afligida, até a súbita morte de José. E mal se recuperara desse choque quando teve de enfrentar as ansiedades e perplexidades que se lançaram sobre ela, por causa da carreira extraordinária do seu filho mais velho, que se desenrolou muito rapidamente diante do seu olhar atônito. Mas, durante toda essa experiência inusitada, Maria manteve-se calma, corajosa e bastante sábia no seu relacionamento com o seu estranho e pouco compreendido primogênito e com os irmãos e irmãs ainda vivos dele.






(1348.3) 122:5.3 Muito da doçura especial de Jesus e da sua compreensão compassiva da natureza humana, ele herdara do seu pai; o dom de ser um grande mestre e a sua imensa capacidade de indignar-se, por retidão, ele herdara da sua mãe. Nas reações emocionais ao meio ambiente, na sua vida de adulto, Jesus era também como o seu pai: meditativo e adorador; o que algumas vezes deixava transparecer tristeza, mas, mais freqüentemente, ele conduzia-se de maneira otimista e com a disposição determinada da sua mãe. No conjunto, a tendência era de que o temperamento de Maria dominasse a carreira do filho divino, durante o seu crescimento e nos passos decisivos da sua carreira adulta. Jesus era uma mistura dos traços dos seus pais, em algumas das suas atitudes; em outras ele demonstrava mais as características de um deles do que as do outro.






(1348.4) 122:5.4 De José, Jesus tinha a educação estrita nos usos dos cerimoniais judeus e o conhecimento excepcional das escrituras dos hebreus; de Maria, ele trazia um ponto de vista mais amplo da vida religiosa e um conceito mais liberal da liberdade espiritual pessoal.






(1349.1) 122:5.5 As famílias de ambos, José e Maria, eram bem instruídas para a sua época. José e Maria haviam sido educados muito acima da média da sua época, considerando a sua situação social. Ele, um homem de muito pensar e ela, uma mulher planejadora, dotada de adaptabilidade e prática na execução imediata das coisas. José era moreno, de olhos negros; e Maria era do tipo quase louro, de olhos castanhos.






(1349.2) 122:5.6 Tivesse José vivido mais e ter-se-ia tornado, indubitavelmente, um crente firme na missão do seu filho mais velho. Maria alternava-se, ora acreditando, ora duvidando, sendo grandemente influenciada pela posição tomada pelos seus outros filhos e pela dos seus amigos e parentes, mas sempre era fortalecida, na sua atitude final, pela memória da aparição de Gabriel imediatamente depois que a criança fora concebida.






(1349.3) 122:5.7 Maria era uma hábil tecelã e possuía uma habilidade acima da média na maioria das artes caseiras da época; era uma boa dona-de-casa e muito caprichosa no forno. Tanto José quanto Maria eram bons educadores e cuidaram para que os seus filhos se tornassem bem versados nos ensinamentos da época.






(1349.4) 122:5.8 Quando ainda rapaz, José tinha sido empregado do pai de Maria no trabalho de construir uma extensão da sua casa; e, quando Maria trouxe a José um copo de água, durante a refeição do meio-dia, foi que realmente aqueles dois, destinados a ser os pais de Jesus, começaram a fazer a corte um ao outro.






(1349.5) 122:5.9 José e Maria casaram-se de acordo com os costumes judeus, na casa de Maria, nas proximidades de Nazaré, quando José tinha vinte e um anos de idade. Esse casamento concluiu um noivado normal que durou quase dois anos. Pouco depois se mudaram para a casa em Nazaré, que havia sido construída por José com a ajuda de dois dos seus irmãos. A casa situava-se ao pé de uma elevação que dominava, de modo encantador, a paisagem do campo. Nessa casa, especialmente preparada, esses jovens pais, na expectativa de dar as boas-vindas ao menino prometido, não sabiam que aquele evento, memorável para todo um universo, estava para acontecer enquanto eles estivessem fora de casa, em Belém, na Judéia.






(1349.6) 122:5.10 A parte maior da família de José converteu-se aos ensinamentos de Jesus, mas pouquíssimos entre os da gente de Maria acreditaram nele, antes que ele deixasse este mundo. José inclinava-se mais para o conceito espiritual de um Messias esperado, mas Maria e a sua família, especialmente o seu pai, ativeram-se à idéia de que o Messias seria um libertador temporal e um governante político. Os ancestrais de Maria haviam-se identificado manifestamente com as atividades dos Macabeus ainda recentes naqueles tempos.






(1349.7) 122:5.11 José apegava-se vigorosamente ao ponto de vista oriental, ou Babilônico, da religião judaica; Maria inclinava-se fortemente para a interpretação ocidental, ou helenista, mais liberal e aberta, da lei e dos profetas.










6. O Lar em Nazaré






(1349.8) 122:6.1 A casa de Jesus não ficava longe do alto da colina, na parte norte de Nazaré, a uma certa distância da nascente de água da cidade que era na parte leste. A família de Jesus morava nos arredores da cidade e isso facilitou, posteriormente, as caminhadas dele ao campo e as subidas à montanha próxima, a mais alta de todas, na parte sul da Galiléia, exceto pela cadeia do monte Tabor, a leste, e o monte Naim, que tinham aproximadamente a mesma altitude. Esta casa localizava-se um pouco ao sul e a leste da parte sul do promontório desse monte e a meio caminho entre a base dessa elevação e a estrada que vai de Nazaré a Caná. Além de subir o monte, o passeio favorito de Jesus era seguir uma trilha estreita que serpenteava desde a base da montanha, indo na direção nordeste, até um ponto onde se juntava à estrada de Séforis.






(1350.1) 122:6.2 A casa de José e Maria tinha a estrutura de pedra e um cômodo com um teto plano e uma construção adjacente para abrigar os animais. A mobília consistia de uma mesa baixa de pedra, utensílios de barro, pratos e potes de pedra, um tear, uma lamparina, vários bancos pequenos e esteiras para dormir sobre o chão de pedra. No quintal ao fundo, perto do anexo dos animais, ficava o abrigo que protegia o forno e o moinho para moer os grãos. Eram necessárias duas pessoas para operar esse tipo de moinho, uma para provê-lo de grãos e outra para moer. Quando ainda menino, Jesus muitas vezes cuidava de dosar os grãos no moinho, enquanto a sua mãe girava o moedor.






(1350.2) 122:6.3 Mais tarde, quando a família cresceu, todos se agrupavam em volta da mesa de pedra, que foi aumentada, para desfrutarem das refeições, servindo-se do alimento em um prato comum, ou potiche. Durante o inverno, na refeição noturna, a mesa estaria iluminada por uma lâmpada pequena e achatada de terracota, cheia de óleo de oliva. Após o nascimento de Marta, José construiu uma outra acomodação, um quarto grande, usado como carpintaria durante o dia e como quarto de dormir à noite.










7. A Viagem a Belém






(1350.3) 122:7.1 No mês de março do ano 8 a.C. (mês em que José e Maria casaram-se), César Augustus decretou que todos os habitantes do império romano fossem contados; que deveria ser feito um censo de modo a poder ser utilizado para uma cobrança mais eficiente dos impostos. Os judeus sempre tiveram muita prevenção contra qualquer tentativa de “enumerar o povo” e isso, além das dificuldades domésticas com Herodes, rei da Judéia, havia conspirado para causar o adiamento, por um ano, na concretização desse censo, no reino dos judeus. Em todo o império romano esse censo ficou registrado no ano 8 a.C., exceto no reino de Herodes, na Palestina, onde foi feito um ano mais tarde, no ano 7 a.C.






(1350.4) 122:7.2 Não se fazia necessário que Maria fosse a Belém fazer esse registro — José estava autorizado a efetuar o registro por toda a sua família — , mas Maria, sendo uma pessoa dinâmica e ousada, insistiu em acompanhá-lo. Ela temia que, sendo deixada sozinha, a criança nascesse enquanto José estava ausente e, Belém não sendo longe da cidade de Judá, Maria previu a possibilidade de uma agradável visita à sua parenta Isabel.






(1350.5) 122:7.3 José praticamente proibiu Maria de acompanhá-lo, mas foi inútil; quando a comida estava sendo empacotada para a viagem de três ou quatro dias, ela preparou rações duplas e aprontou-se para a viagem. E, antes que saíssem de fato, José já se havia acostumado com a idéia de Maria ir junto e então, alegremente, eles partiram de Nazaré ao alvorecer do dia.






(1350.6) 122:7.4 José e Maria eram pobres e, como tivessem apenas um burro de carga, Maria cavalgava o animal, estando já adiantada na gravidez, junto com as provisões, enquanto José caminhava guiando o animal. A construção e a manutenção de uma casa havia sido um grande peso para José, pois ele devia também contribuir para a sobrevivência dos seus pais, já que o seu pai recentemente tinha-se tornado incapacitado para tal. E assim o casal judeu partiu da sua humilde casa, na manhã de 18 de agosto, do ano 7 a.C., para a sua viagem a Belém.






(1351.1) 122:7.5 No seu primeiro dia de viagem eles contornaram os contrafortes ao sopé do monte Gilboa, onde passaram a noite, acampados à margem do Jordão. Ali, eles perguntaram a si próprios, profundamente, sobre a natureza do filho que nasceria deles; José aderindo ao conceito de um mestre espiritual e Maria sustentando a idéia de um Messias judeu, um libertador da nação hebraica.






(1351.2) 122:7.6 Cedo, na brilhante manhã de 19 de agosto, José e Maria estavam de novo a caminho. Tomaram a sua refeição do meio-dia junto ao pé do monte Sartaba, que domina o vale do Jordão, e continuaram viagem chegando a Jericó à noite, onde pararam em uma hospedaria na estrada nos arredores da aldeia. Depois da refeição da noite e de muita discussão sobre a opressão do governo romano, sobre Herodes, sobre os registros do recenseamento e a influência relativa de Jerusalém e Alexandria como centros da cultura e ensino judeus, os viajantes de Nazaré retiraram-se para o repouso noturno. Bem cedo, pela manhã do dia 20 de agosto, retomaram a sua viagem e alcançaram Jerusalém antes do meio-dia. Visitaram o templo e tomaram, de novo, o seu caminho para chegar a Belém bem no meio da tarde.






(1351.3) 122:7.7 O albergue estava superlotado e José, então, procurou um alojamento entre os parentes distantes, mas todos os quartos em Belém encontravam-se repletos. Ao retornarem à praça na frente do albergue, José foi informado de que os animais dos estábulos das caravanas, construídos nos flancos do rochedo e situados exatamente abaixo do albergue, haviam sido retirados e que tudo estava limpo exatamente para receber os hóspedes. Deixando o asno na área à frente do albergue, José colocou os sacos de roupas e provisões sobre os seus ombros e desceu, com Maria, os degraus de pedra, até os alojamentos de baixo. Viram-se instalados naquilo que era uma sala de estocagem de grãos, na frente dos estábulos e das manjedouras. Cortinas de tendas haviam sido dependuradas e eles se deram por muito felizes de terem alojamentos tão confortáveis.






(1351.4) 122:7.8 José havia pensado em registrar-los logo em seguida, mas Maria achava-se cansada, bastante extenuada mesmo, e suplicou-lhe que permanecesse com ela e ele ficou ali.










8. O Nascimento de Jesus






(1351.5) 122:8.1 Durante toda essa noite Maria estivera inquieta, de forma que nenhum dos dois dormiu muito. Ao amanhecer, as pontadas do parto já estavam bem evidentes e, no dia 21 de agosto do ano 7 a.C., ao meio-dia, com a ajuda e as ministrações carinhosas de mulheres viajantes amigas, Maria deu à luz um pequeno varão. Jesus de Nazaré havia nascido para o mundo; encontrava-se enrolado nas roupas que Maria tinha trazido consigo, para essa contingência possível, e deitado em uma manjedoura próxima.






(1351.6) 122:8.2 Da mesma forma que todos os bebês tinham vindo ao mundo até então e viriam desde então, nasceu o menino prometido e, ao oitavo dia, conforme a prática judaica, foi circuncidado e formalmente denominado Joshua (Jesus).






(1351.7) 122:8.3 No dia seguinte ao nascimento de Jesus, José fez o seu registro. Encontrando- se então com um homem com quem haviam conversado duas noites atrás, em Jericó, foi levado por ele até um amigo abastado que possuía um quarto na pousada e este homem se dispôs, com prazer, a trocar de quartos com o casal de Nazaré. Naquela tarde eles se mudaram para a pousada, onde ficaram por quase três semanas, até que encontraram hospedagem na casa de um parente distante de José.






(1351.8) 122:8.4 Ao segundo dia após o nascimento de Jesus, Maria enviou uma mensagem a Isabel dizendo que o seu filho havia chegado e recebeu em resposta um convite feito a José, para ir a Jerusalém, a fim de falar de todos os assuntos com Zacarias. Na semana seguinte, José foi a Jerusalém para conversar com Zacarias. Zacarias e Isabel achavam-se ambos sinceramente convencidos de que Jesus estava destinado a se tornar o libertador judeu, o Messias; e que João, o filho deles, seria o seu principal colaborador, o braço direito no seu destino. E, já que Maria compartilhava dessas mesmas idéias, não foi difícil convencer José a permanecer em Belém, a cidade de Davi, para que Jesus pudesse crescer e se tornar o sucessor de Davi no trono de todo o Israel. Desse modo, permaneceram eles em Belém por mais de um ano, tendo José se dedicado ao seu ofício de carpinteiro durante esse tempo.






(1352.1) 122:8.5 No dia do nascimento de Jesus, ao meio-dia, os serafins de Urântia, reunidos com os seus diretores, cantaram hinos de glória sobre a manjedoura de Belém, mas esses cânticos de glória não foram escutados por ouvidos humanos. Nenhum pastor, nem quaisquer outras criaturas mortais vieram prestar a sua homenagem ao menino de Belém, até o dia da chegada de certos sacerdotes de Ur, que haviam sido enviados de Jerusalém por Zacarias.






(1352.2) 122:8.6 A esses sacerdotes da Mesopotâmia havia sido contado, há algum tempo, por um estranho professor religioso, do país deles, o qual em um sonho havia sido informado de que a “luz da vida” estava a ponto de aparecer sobre a Terra, na forma de um menino, entre os judeus. E os três sacerdotes partiram, pois, em busca dessa “luz da vida”. Após muitas semanas de infrutífera procura em Jerusalém, estavam para voltar a Ur, quando conheceram Zacarias que lhes confiou sobre a sua crença de que Jesus era o objeto da procura deles e os enviou a Belém, onde encontraram o menino e deixaram as suas oferendas com Maria, a sua mãe terrena. A criança estava então com quase três semanas de idade à época da visita deles.






(1352.3) 122:8.7 Esses sábios homens não tiveram nenhuma estrela a guiá-los para Belém. A belíssima lenda da estrela de Belém originou-se da seguinte forma: Jesus nasceu aos 21 de agosto, ao meio-dia do ano 7 a.C. Em 29 de maio do mesmo ano houve uma extraordinária conjunção entre Júpiter, Saturno e a constelação de Peixes. E é um acontecimento astronômico marcante que conjunções semelhantes hajam ocorrido aos 29 de setembro e aos 5 de dezembro do mesmo ano. Com base nesses acontecimentos extraordinários, mas inteiramente naturais, os bem- intencionados zelotes, das gerações que sucederam, elaboraram a lenda atraente da estrela de Belém e dos Reis Magos adoradores, conduzidos pela estrela, até a manjedoura, para contemplar e adorar o recém-nascido. As mentes orientais e do Oriente-Próximo deleitam-se com fábulas e inventam constantemente belos mitos sobre a vida dos seus dirigentes religiosos e dos seus heróis políticos. Na falta de uma imprensa, quando a maior parte do conhecimento humano se transmitia, de uma geração a outra pela palavra saída da boca, era muito fácil que os mitos se tornassem tradição e que as tradições finalmente acabassem aceitas como fatos.










9. A Apresentação no Templo






(1352.4) 122:9.1 Moisés havia ensinado aos judeus que todos os filhos primogênitos pertenciam ao Senhor e que, em lugar do seu sacrifício, como era costume entre as nações pagãs, esse filho poderia viver desde que os seus pais o redimissem com o pagamento de cinco moedas a qualquer sacerdote autorizado. Também existia uma regulamentação mosaica que dizia que uma mãe, após um certo período de tempo, devia apresentar-se ao templo, para a purificação (ou ter alguém que fizesse o sacrifício adequado em lugar dela). Era costumeiro que tais cerimônias ocorressem ambas ao mesmo tempo. Assim sendo, José e Maria foram ao templo de Jerusalém, pessoalmente, para apresentar Jesus aos sacerdotes e efetivar a sua redenção e também fazer o sacrifício apropriado para assegurar a Maria a purificação cerimonial da suposta impureza do dar à luz.






(1353.1) 122:9.2 Nas cortes do templo estavam freqüentemente presentes duas figuras dignas de nota, Simeão, um cantor, e Anna, uma poetisa. Simeão era da Judéia e Anna, da Galiléia. Esses dois estavam quase sempre juntos e ambos eram íntimos do sacerdote Zacarias, que havia confiado o segredo de João e Jesus a eles. E, tanto Simeão quanto Anna, ansiavam pela vinda do Messias e a sua convicção em Zacarias levara-os a acreditar que Jesus fosse o libertador esperado do povo judeu.






(1353.2) 122:9.3 Zacarias sabia o dia esperado para José e Maria aparecerem no templo com Jesus; e acertou com Simeão e Anna, antecipadamente, que indicaria, com a saudação da sua mão levantada, qual, na procissão das crianças recém-nascidas, era Jesus.






(1353.3) 122:9.4 Para essa ocasião Anna havia escrito um poema que Simeão passou a cantar, para surpresa de José, de Maria e de todos os que estavam reunidos nos pátios do templo. E o hino deles, para a redenção do filho primogênito, foi assim:






(1353.4) 122:9.5 Abençoado seja o Senhor, Deus de Israel,


(1352.5) 122:9.6 Que nos visitou e trouxe a redenção ao seu povo;


(1353.6) 122:9.7 A trombeta da salvação, Ele fez soar por todos nós


(1353.7) 122:9.8 Na casa do seu servo Davi.


(1353.8) 122:9.9 Assim como falou da boca dos seus sagrados profetas


(1353.9) 122:9.10 -Salvação dos nossos inimigos e da mão de todos aqueles que nos odeiam;


(1353.10) 122:9.11 Para mostrar misericórdia para com os nossos pais, na lembrança da Sua santa aliança — ,


(1353.11) 122:9.12 O juramento que fez a Abraão, nosso pai,


(1353.12) 122:9.13 De conceder-nos que nós, sendo libertados da mão dos nossos inimigos,


(1353.13) 122:9.14 Pudéssemos servir a ele sem temores,


(1353.14) 122:9.15 Em santidade e retidão perante ele, por todos os nossos dias.


(1353.15) 122:9.16 E que tu, assim, menino prometido, sejas chamado de Profeta do Altíssimo;


(1353.16) 122:9.17 Porque irás, diante do semblante do Senhor, estabelecer o Seu Reino;


(1353.17) 122:9.18 Dar conhecimento da salvação a Seu povo


(1353.18) 122:9.19 Em remissão dos seus pecados.


(1353.19) 122:9.20 Regozijemos com a doce misericórdia do nosso Deus, porque veio nos visitar a aurora do alto


(1353.20) 122:9.21 Para resplandecer sobre aqueles que estão nas trevas e na sombra da morte;


(1353.21) 122:9.22 Para guiar os nossos pés nos caminhos da paz.


(1353.22) 122:9.23 E, pois, deixemos agora o Vosso servo partir em paz, Ó Senhor, conforme a Vossa palavra,


(1353.23) 122:9.24 Pois os meus olhos viram já a Vossa salvação,


(1353.24) 122:9.25 Que por Vós foi preparada diante da vista de todos os povos;


(1353.25) 122:9.26 Luz que resplandece para esclarecimento mesmo até dos gentios


(1353.26) 122:9.27 E para glória do nosso povo de Israel.






(1353.27) 122:9.28 De volta a Belém, José e Maria permaneceram em silêncio — confusos e intimidados. Maria encontrava-se bastante perturbada pelas palavras de despedida de Anna, a poetisa anciã, e José não se sentia bem em harmonia com aquele esforço prematuro de fazer de Jesus o Messias prometido do povo judeu.










10. Herodes Age






(1353.28) 122:10.1 Os informantes de Herodes, todavia, não permaneceram inertes. Quando reportaram a ele sobre a visita dos sacerdotes de Ur a Belém, Herodes convocou esses caldeus a aparecerem diante de si. E, insistente, ele inquiriu a esses homens sábios sobre o novo “rei dos judeus”, mas eles deram-lhe pouca satisfação, explicando apenas que o menino nascera de uma mulher que viera a Belém com o seu marido para comparecer ao censo. Herodes, não satisfeito com essa resposta, despediu-os, dando-lhes uma bolsa de dinheiro; e mandou-lhes que encontrassem a criança para que também ele pudesse ir lá e adorá-la, já que eles haviam declarado que o Reino dela devia ser espiritual, não temporal. Todavia, ao perceber que os sábios não voltariam, Herodes encheu-se de suspeitas. E, enquanto ele pensava nisso, os seus informantes voltaram e lhe fizeram um relato completo das ocorrências recentes no templo, trazendo-lhe uma cópia de partes da canção de Simeão, que havia sido cantada nas cerimônias de redenção de Jesus. No entanto, eles não seguiram José e Maria; e Herodes ficou irado com eles, quando viu que não podiam dizer para onde o casal tinha levado a criança. Então, despachou espiões para localizar José e Maria. Sabendo que Herodes perseguia a família de Nazaré, Zacarias e Isabel permaneceram longe de Belém. O menino ficou escondido com uns parentes de José.






(1354.1) 122:10.2 José temia procurar trabalho; e as suas poucas economias estavam desaparecendo rapidamente. Mesmo na época das cerimônias de purificação no templo, José considerava-se pobre o suficiente para limitar a dois pequenos pombos a sua oferta para Maria, como Moisés havia determinado, para a purificação das mães, entre os pobres.






(1354.2) 122:10.3 Quando, após mais de um ano de buscas, os espiões de Herodes não haviam achado Jesus; e em vista da suspeita de que a criança ainda estava escondida em Belém, Herodes preparou uma ordem comandando fosse feita uma busca sistemática em todas as casas de Belém, e que todos os bebês meninos de menos de dois anos fossem mortos. Desse modo Herodes esperava assegurar-se de que tal criança, que haveria de tornar-se o “rei dos judeus”, fosse destruída. E assim pereceram, em um só dia, dezesseis bebês meninos em Belém da Judéia. A intriga e o assassinato, mesmo na família imediata de Herodes, assim, eram acontecimentos corriqueiros na sua corte.






(1354.3) 122:10.4 O massacre desses infantes aconteceu em meados de outubro, do ano 6 a.C., quando Jesus tinha pouco mais de um de ano idade. Mas havia crentes no Messias vindouro, até mesmo no séquito da corte de Herodes, e um desses, sabendo da ordem de assassinar os meninos de Belém, comunicou-se com Zacarias, e este por sua vez despachou um mensageiro até José; e, na noite anterior ao massacre, José e Maria partiram com a criança, de Belém para Alexandria, no Egito. Para evitar atrair a atenção, eles viajaram sozinhos com Jesus, para o Egito. Foram para Alexandria com o dinheiro providenciado por Zacarias, e lá José trabalhou no seu ramo, enquanto Maria e Jesus alojaram-se com parentes abastados da família de José. Eles permaneceram em Alexandria por dois anos inteiros, não retornando a Belém senão depois da morte de Herodes.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Quem escreveu no meu diário?

Publicado por atabaque26


Você de repente começa a avaliar como tem sido sua vida, pois em certos períodos muita gente pára, e faz uma espécie de balanço da vida. Nesses momentos de íntima reflexão acabamos não encontrando explicação do porque de certas escolhas feitas por nós ao longo da vida. Muito provavelmente hoje diante da mesma situação, buscaríamos alternativas diferentes. Poderíamos dizer que estamos em constante mutação e o estímulo é exatamente nossa experiência de vida, mas é aí que mora o perigo.


Quando vocês vieram para cá integrar essa natureza, trouxeram escrito na alma todas as respostas possíveis de serem compreendidas. Bastaria ao homem estar em total sintonia com a natureza Criadora para que pudesse instintivamente viver a vida terrena em sua plenitude. O que nos difere de todos os outros seres viventes, é exatamente nossa inteligência e capacidade de escolha, e é nesse momento que todas as emoções passam a valer mais que nosso instinto. Durante toda vida cometemos muitos equívocos, mas cá entre nós, em todos esses momentos de tomada de decisão, nosso instinto sabia exatamente o correto a fazer, mas nós temos o poder da escolha…..


Um dia estaremos sentado frente a janela molhada pela chuva, e o pensamento viajará pelo passado, e ficaremos imaginando como teria sido a vida se nossas escolhas e atitudes não fossem aquelas do tempo. A garganta irá parecer sufocar diante do arrependimento repentino e inexplicável. Será como se nosso instinto estivesse nos cobrando por algo que deixamos de fazer e desconhecemos. Iremos então ler o diário de toda vida vivida, mas não compreenderemos muita coisa, e talvez não reconheçamos mais nossa própria letra, afinal…. quem escreveu no meu diário?






Laroiê Exu Caveira


Por: Wilson de Omulu

terça-feira, 16 de novembro de 2010

MARTIM PESCADOR - O MARUJO


MARUJO, LINHA DO MAR - Dizem que quando o marujo vem a terra ele bebe até cair! Pois o tempo dele em água é muito grande. Agora a marujada espiritual, quando incorpora, por tradição, já vem bêbados!!! existem casa de cultos de umbanda que não gosta que seus membros dêem passagem para esta linha, com vergonha da assistência.


Postado por ENTIDADE DE CLASSE às 04:56 9 comentários:


gr@ziell@ disse...


Bom achu issu uma coisa Futil dizer q ah terreiros q tem vergonha de trabalhar c a linha do mar, porem é uma linha de orixa muito forte qe nossa mãe iemanjar, mãe de todos os orixas da passagem para eles trabalharem junto c nosso pai OXALA,tenhu 20 anos e trabalho deis dos 13, amo todos os marujos, marinheiros, comandantes enfim todos são maravilhosos e não é pq vem bebados qe não tem noção de seu trabalho e copetencia para realiza-lo, pelo ao contrario trabalham muito bem pq eles bebem mais tem sua mição ah cumprir, só ter fé. Aproveitando aqi salve a linha do mar salva nossa mãe Iemanjar.... ADOCIA MINHA MÃE!






20 de janeiro de 2010 12:56


sicawolff disse...


Bem, vamos esclarecer uma coisa: eles, os marujos, pescadores, todos da linha do mar, eles não vêm bêbados, como dizem. Ocorre o seguinte: eles trabalham na linha do mar, sua energia cósmica, vibra nas ondas do mar, qual o movimento das ondas???? eles estão em nosso plano e no plano deles ao mesmo tempo, sua vibração balança, e neste embalo, estamos achando que estão bêbados, mas isso é engano mesmo! neste embalo dos marujos, nos embalamos também, soltamos nossos corpos, relaxamos e neste momento já está sendo feito um trabalho em nós e nos outros que assistem...espero ter podido contribuir com um pouco de informação para esclarecer e modificar esta leitura que fazem de que eles estão bêbados. Salve!






15 de abril de 2010 13:06


Rabe disse...


Saudações fraternas! Sicawolff foste perto do perfeito! Marujo, não é desocupado ou beberrão, que se saiba, marujo bebado é ilusão!






6 de julho de 2010 14:42


Gipsy Red Rose disse...


Os marinheiros são em sua grande maioria espíritos que militam a umbanda para dar sustento no campo da diluição de cargas trevosas, outros atuam como elementos de sustentação de trabalhos voltados a curas, atraindo os poderes elementais dos quais estes espíritos de alto grau espiritual, trazem consigo.


Na realidade estes abnegados servidores da lei são verdadeiros “magos que atuam nos mistérios aquáticos” e com uma forma de atuação única dentro dos domínios da umbanda. Como magos, trazem para nós, a possibilidade de nos libertar-mos de nossos entraves, com uma forma bem simpática lidam com os consulentes de forma extrovertida, deixando o assistido muito avontade com trejeitos peculiares desta linha maravilhosa da umbanda.


Muito diferente do que imaginamos, estes irmãos do astral não são e não estão embriagados, como muitos se mostram, na realidade sua forma de balanço é uma maneira de liberar suas ondas energéticas se utilizando do próprio médium.


Como isso ocorre?


Em torno do médium existe um campo de energia sustentado por seus centros de força e, além da energia gerada a partir da energia corpórea, existe um campo espiritual que se reflete em todo o ambiente. Os guias quando encorporados em seus médiuns, dançam, giram, balançam, gesticulam, etc… desta forma os guias liberam não só a energia que se desprende do médium, mas também libera de forma salutar o poder de seu mistério através de ondas magnéticas que são liberadas dentro do campo espiritual do médium e do templo. É desta forma que os marinheiros fazem, em formas onduladas, ou através de seu balanço, que mais parece de uma pessoa embriagada, é que este irmão na luz faz seu trabalho redentor dentro dos campos da Umbanda.


É importante que os médiuns e principalmente os assistidos, saibam de tal fato, para que estes não deturpem e não dêem um mal sentido aos trabalhos de Umbanda.


Os marinheiros são sustentados pelo poder de nossa Mãe Iemanjá e sua cor de actuação é a mesma desta mãe Divina, que é o azul claro. Podemos sempre que necessitarmos, activar o poder destes servidores da lei em nossa vida, acenda sua vela e faça uma prece, pedindo para eles abrirem seus caminhos e protege-los. É maravilhoso.


Todos devem estar sempre com os pensamentos voltados ao Pai Celestial, para que assim a fé interior esteja sempre renovada. Que todos tenham a consciência de que as mudanças só serão possíveis se partirem primeiramente de vosso íntimo e acreditar, lutar pelos vossos idéias. A busca do sucesso depende de vosso próprio esforço, dedicação e merecimento. Portanto, não pare no tempo, cruzando os braços a espera de milagres. Levantem-se, tenham fé, renovem suas esperanças, acreditem no poder do Pai Maior e corram atrás de seus objetivos.


Alimentem vosso espírito com muito amor, esperança e fé para assim projetar a verdadeira essência divina a todos os vossos semelhantes. Vossa mente tem um poder grandioso. Use-a para exercitar o bem, com o objetivo de unirmos nossas forças para estarmos cada vez mais ligados a Deus, receba de braços abertos à energia de todos os Orixás, dos vossos marinheiros que estão o tempo todo a vos ajudar quando solicitados.


Sejam positivos em qualquer situação.


Se você quer o melhor para sua vida, comece fazendo uma reflexão de seus próprios atos, pois muitas pessoas reclamam de determinados acontecimentos em suas vidas, mas esquecem de que tudo tem um porque. Portanto, reflitam sobre vossos pensamentos e atitudes para que não sofra conseqüências negativas.


A vida é um espelho. Vigie-a sempre. E lembre-se de que tudo pode quando trazemos “Deus” em nossos corações.






8 de julho de 2010 19:37


Gipsy Red Rose disse...


Os marinheiros são em sua grande maioria espíritos que militam a umbanda para dar sustento no campo da diluição de cargas trevosas, outros atuam como elementos de sustentação de trabalhos voltados a curas, atraindo os poderes elementais dos quais estes espíritos de alto grau espiritual, trazem consigo.


Na realidade estes abnegados servidores da lei são verdadeiros “magos que atuam nos mistérios aquáticos” e com uma forma de atuação única dentro dos domínios da umbanda. Como magos, trazem para nós, a possibilidade de nos libertar-mos de nossos entraves, com uma forma bem simpática lidam com os consulentes de forma extrovertida, deixando o assistido muito avontade com trejeitos peculiares desta linha maravilhosa da umbanda.


Muito diferente do que imaginamos, estes irmãos do astral não são e não estão embriagados, como muitos se mostram, na realidade sua forma de balanço é uma maneira de liberar suas ondas energéticas se utilizando do próprio médium.


Como isso ocorre?


Em torno do médium existe um campo de energia sustentado por seus centros de força e, além da energia gerada a partir da energia corpórea, existe um campo espiritual que se reflete em todo o ambiente. Os guias quando encorporados em seus médiuns, dançam, giram, balançam, gesticulam, etc… desta forma os guias liberam não só a energia que se desprende do médium, mas também libera de forma salutar o poder de seu mistério através de ondas magnéticas que são liberadas dentro do campo espiritual do médium e do templo. É desta forma que os marinheiros fazem, em formas onduladas, ou através de seu balanço, que mais parece de uma pessoa embriagada, é que este irmão na luz faz seu trabalho redentor dentro dos campos da Umbanda.






8 de julho de 2010 19:38


Gipsy Red Rose disse...


continuacao.






É importante que os médiuns e principalmente os assistidos, saibam de tal fato, para que estes não deturpem e não dêem um mal sentido aos trabalhos de Umbanda.


Os marinheiros são sustentados pelo poder de nossa Mãe Iemanjá e sua cor de actuação é a mesma desta mãe Divina, que é o azul claro. Podemos sempre que necessitarmos, activar o poder destes servidores da lei em nossa vida, acenda sua vela e faça uma prece, pedindo para eles abrirem seus caminhos e protege-los. É maravilhoso.


Todos devem estar sempre com os pensamentos voltados ao Pai Celestial, para que assim a fé interior esteja sempre renovada. Que todos tenham a consciência de que as mudanças só serão possíveis se partirem primeiramente de vosso íntimo e acreditar, lutar pelos vossos idéias. A busca do sucesso depende de vosso próprio esforço, dedicação e merecimento. Portanto, não pare no tempo, cruzando os braços a espera de milagres. Levantem-se, tenham fé, renovem suas esperanças, acreditem no poder do Pai Maior e corram atrás de seus objetivos.


Alimentem vosso espírito com muito amor, esperança e fé para assim projetar a verdadeira essência divina a todos os vossos semelhantes. Vossa mente tem um poder grandioso. Use-a para exercitar o bem, com o objetivo de unirmos nossas forças para estarmos cada vez mais ligados a Deus, receba de braços abertos à energia de todos os Orixás, dos vossos marinheiros que estão o tempo todo a vos ajudar quando solicitados.


Sejam positivos em qualquer situação.


Se você quer o melhor para sua vida, comece fazendo uma reflexão de seus próprios atos, pois muitas pessoas reclamam de determinados acontecimentos em suas vidas, mas esquecem de que tudo tem um porque. Portanto, reflitam sobre vossos pensamentos e atitudes para que não sofra conseqüências negativas.


A vida é um espelho. Vigie-a sempre. E lembre-se de que tudo pode quando trazemos “Deus” em nossos corações.






desculpa sei q foi longo.






8 de julho de 2010 19:39


Gipsy Red Rose disse...


continuacao.






É importante que os médiuns e principalmente os assistidos, saibam de tal fato, para que estes não deturpem e não dêem um mal sentido aos trabalhos de Umbanda.


Os marinheiros são sustentados pelo poder de nossa Mãe Iemanjá e sua cor de actuação é a mesma desta mãe Divina, que é o azul claro. Podemos sempre que necessitarmos, activar o poder destes servidores da lei em nossa vida, acenda sua vela e faça uma prece, pedindo para eles abrirem seus caminhos e protege-los. É maravilhoso.


Todos devem estar sempre com os pensamentos voltados ao Pai Celestial, para que assim a fé interior esteja sempre renovada. Que todos tenham a consciência de que as mudanças só serão possíveis se partirem primeiramente de vosso íntimo e acreditar, lutar pelos vossos idéias. A busca do sucesso depende de vosso próprio esforço, dedicação e merecimento. Portanto, não pare no tempo, cruzando os braços a espera de milagres. Levantem-se, tenham fé, renovem suas esperanças, acreditem no poder do Pai Maior e corram atrás de seus objetivos.






8 de julho de 2010 19:39


Gipsy Red Rose disse...


continuacao:..


Alimentem vosso espírito com muito amor, esperança e fé para assim projetar a verdadeira essência divina a todos os vossos semelhantes. Vossa mente tem um poder grandioso. Use-a para exercitar o bem, com o objetivo de unirmos nossas forças para estarmos cada vez mais ligados a Deus, receba de braços abertos à energia de todos os Orixás, dos vossos marinheiros que estão o tempo todo a vos ajudar quando solicitados.


Sejam positivos em qualquer situação.


Se você quer o melhor para sua vida, comece fazendo uma reflexão de seus próprios atos, pois muitas pessoas reclamam de determinados acontecimentos em suas vidas, mas esquecem de que tudo tem um porque. Portanto, reflitam sobre vossos pensamentos e atitudes para que não sofra conseqüências negativas.


A vida é um espelho. Vigie-a sempre. E lembre-se de que tudo pode quando trazemos “Deus” em nossos corações.






desculpa sei q foi longo.






8 de julho de 2010 19:40

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Somos filhos do planeta Terra


por Manoel Lopes
Cerâmica fabricada pela cultura manacapuru
A doutrina seguida pelo Núcleo Mata Verde revela aspectos desconhecidos pelos não iniciados, ou seja, é um conhecimento esotérico e que através da autorização de seus mentores agora a vem a público.


É importante revelar que seus ensinamentos são milenares, mas que durante séculos ficaram escondidos dos leigos, leia-se “dos não iniciados”.


A grande maioria das pessoas que buscam o conhecimento dito esotérico encontram somente literaturas superficiais e que na sua essência são somente transcrições de textos antigos e populares, que nunca revelaram o conhecimento real dos mestres iniciados.


Naturalmente que o conhecimento que agora se abre através da chamada DOUTRINA DOS SETE REINOS SAGRADOS, já está guardado no íntimo de todos aqueles que em alguma de suas vidas passadas foram iniciados nos sagrados conhecimentos da COROA DOS ORIXÁS.


A linguagem utilizada neste texto é simples e os termos usados para designar seus princípios são os mesmos utilizados na “versão” popular. Mas por trás de sua simplicidade finalmente os mentores abrem aos leigos toda sua sabedoria.


A UMBANDA prega a simplicidade, humildade e caridade e sua doutrina não poderia ser apresentada de outra forma, a não ser através de princípios simples e lógicos.


Era costume nas grandes ordens iniciáticas da antiguidade, para esconderem seus verdadeiros princípios dos curiosos, dos não iniciados e da população em geral, criarem alegorias e fábulas, ou distorcerem conceitos, mas deixando nas entrelinhas a verdade.
Moais















O povo se contentava com estas alegorias, idolatrava e cultuava seus deuses, o que acabou criando enormes deformações do conhecimento original.


As pessoas, de uma maneira geral, buscam estes conceitos que os antigos mestres nos deixaram, mas acreditam que irão entender os conceitos mais profundos da verdadeira sabedoria através das alegorias e lendas; foi através destas interpretações simplistas e erradas que o conhecimento secreto, continuou até os dias de hoje incompreendido pelos ditos iniciados da era moderna.


Os princípios desta sabedoria milenar, tão bem disfarçados durante milênios, tem suas raízes na formação do planeta, que é a origem do ser humano e naturalmente de todo seu conhecimento.


Iremos nas linhas seguintes iniciar o processo de revelação a todos aqueles que já estejam preparados para isso.


A verdade já está no intimo daqueles que, em encarnações passadas, foram iniciados na sabedoria da coroa dos orixás e estas pessoas perceberão de imediato que algumas linhas são suficientes para fazer brotar do seu interior uma enorme quantidade de informações e respostas…


Tornamos a repetir que a finalidade deste texto não é simplesmente transcrever regras ditas mágicas, ocultas, esotéricas que são do conhecimento popular; você não irá encontrar neste estudo este conhecimento popular e sim respostas reais, concretas e que serão uma base sólida para sua compreensão do universo, da vida, das pessoas e de sua natureza intima.


O começo de tudo
















Somos filhos do planeta Terra e como bons filhos, precisamos conhecer sua história e aí então compreenderemos também a nossa história.
Eras Terrestres


Há aproximadamente 4 a 5 bilhões de anos uma nuvem de poeira cósmica começou a se juntar e devido a força da gravidade foi se condensando mais e mais, até que em determinado momento formou-se uma “esfera” incandescente.


Este é o momento do Fiat lux do nosso planeta, neste momento inicial (que durou milhões de anos) a aparência do planeta era de uma “bola” de fogo, uma massa ígnea, uma massa de rocha líquida (Magma) de altíssima temperatura.


Era um momento de muita energia, muita luz, forças incríveis, irradiações de todas as naturezas se espalhando pelo universo a partir de nosso planeta, é neste momento que começaram a se fundir estruturas que seriam a sustentação da vida em nosso planeta.


Este processo inicial foi acompanhado e dirigido por inteligências superiores que já tinham seguido seu caminho evolutivo a bilhões de anos atrás em outras épocas e regiões do espaço infinito.


Estas inteligências que acompanharão e participarão do processo de formação do nosso planeta são chamadas de ORIXÁS PRIMORDIAIS.
Magma






















Em todas as tradições antigas eles são citados e também conhecidos com outros nomes, como por exemplo: espíritos de Deus, co-criadores do universo.
Para entendermos de forma simples este processo de formação planetária e suas implicações em nossa vida, iremos apresentar um modelo que iremos chamar de SETE REINOS SAGRADOS.
Nesta primeira fase evolutiva do planeta, devido a sua semelhança com o elemento fogo, chamaremos de REINO DO FOGO.
Passados alguns milhões de anos e com o resfriamento da superfície do planeta começa-se a formar em sua superfície a CROSTA TERRESTRE.
Nesta nova fase, outras inteligências superiores (Orixás Primordiais) se apresentam para acompanharem a estruturação do planeta.
É neste período que aparece em nosso planeta as rochas, as pedras, os cristais.
Esta fase da evolução (elaboração) do planeta é chamada de REINO DA TERRA.
Após milhões de anos, devido às atividades vulcânicas forma-se ao redor do planeta a primeira ATMOSFERA; que era constituída de gases bem diferentes da atual atmosfera.
Novamente outras inteligências superiores são encaminhadas para acompanharem este processo de evolução planetária e que pelas semelhanças com o elemento ar chamaremos de REINO DO AR.

Vulcão


  





















Passados alguns bilhões de anos e devido ao resfriamento da atmosfera houve a condensação do vapor d’água e fortes chuvas começaram a cair sobre a superfície do planeta. É nesta fase da evolução planetária que aparece em sua superfície a água, o mar, os rios…

Pela semelhança com o elemento água chamaremos esta fase evolutiva de REINO DA ÁGUA e entre todos os reinos lembramos que foi neste reino que apareceu a VIDA no planeta; isso aconteceu há 3 bilhões de anos.

Podemos afirmar sem sombra de dúvidas que a VIDA SURGIU NA ÁGUA, este o motivo pelo qual os Orixás ligados a água sejam de alguma forma considerados Mães. (Iemanjá, Oxum, Nanã)

O tempo foi passando em nosso relógio cósmico e novas inteligências se apresentaram para acompanharem e fazerem sua parte na formação de mais um reino em nosso planeta.
Mata
  




















Há aproximadamente 350 milhões de anos começou a se formar na superfície do planeta as primeiras florestas.

Foi neste reino, que chamaremos de REINO DAS MATAS, que surgiram os insetos, os repteis, os mamíferos e demais animais.
O tempo passou e as inteligências que acompanhavam o desenvolvimento do planeta elaboravam estruturas cada dia mais complexas.

Aproximadamente a um milhão de anos surgiu na superfície do planeta os primeiros seres que seriam a origem do homem como conhecemos na atualidade: Homo Habilis, Homo Erectus e finalmente o Homo Sapiens.

A arqueologia confirma que os primeiros restos de fosseis que podem ser atribuídos com relativa segurança à nossa espécie, Homo Sapiens, têm em torno de 300.000 anos.

Chamaremos este período de REINO DA HUMANIDADE, pois é nesta fase que aparece na superfície do planeta o Homem.
É desnecessário falar que outras inteligências superiores foram chamadas para acompanharem o nascimento da raça humana na superfície do planeta, lembramos que estas inteligências superiores são os chamados ORIXÁS PRIMORDIAIS.


Evolução Humana
A estas seis fases evolutivas do planeta que foram chamados de REINOS adicionamos mais um, que chamaremos de REINO DAS ALMAS, designando toda a VIDA ESPIRITUAL do planeta Terra.

Resumindo podemos afirmar então que existem SETE REINOS que fazem parte da nossa realidade material e espiritual e que cada um destes reinos tem sob sua supervisão inteligências superiores que são conhecidas por vários nomes, nas varias tradições existentes, e que neste modelo Umbandista foram apresentados como os ORIXÁS PRIMORDIAIS.

Não conhecemos os “nomes” de todos estes Orixás Primordiais, mas toda a vida, toda a espiritualidade, e todos os Orixás Ancestrais conhecidos nos cultos de Nação são “filhos” destes Orixás e cada um destes Orixás Ancestrais está vinculado a um ou mais destes SETE REINOS SAGRADOS.

Em outros textos nos aprofundaremos nesta questão, identificando as centenas de Orixás existentes e que no Candomblé são chamados de qualidades, também estudaremos pormenorizadamente todas as linhas de trabalho existentes na Umbanda a partir destas sete vibrações primordiais.

A Fé
 
















É desnecessário saber o “nome” africanizado destes sete Orixás Primordiais, o que necessitamos é entender e sentir a existência destes SETE REINOS, destas SETE VIBRAÇÕES, destas SETE FORÇAS PRIMORDIAIS.

Estaremos relacionando abaixo os nomes dos Orixás mais conhecidos da umbanda e que se identificam com as sete vibrações, são aqueles Orixás que mais se identificam com uma única vibração.

Os nomes das forças existentes em cada reino foram batizados com nomes em Tupi antigo, pois é a língua que mais se identifica com nosso planeta e com a doutrina seguida pelo Núcleo Mata Verde.

Este assunto não será esgotado neste texto, estamos fazendo somente uma ligeira apresentação dos principios básicos da doutrina.

REINO DO FOGO
Vela





 























Qualidade: Iniciativa, força, destruição


Orixá: Ogum


Força: Ígnea


Nome tupi: Tatá Pyatã


Elemento ritualístico: Velas


Cor: Vermelho


 REINO DA TERRA


Pedras
 























Qualidade: Estrutura, leis, regras, justiça


Orixá: Xangô


Força: Telúrica


Nome tupi: Yby Pyatã


Elemento ritualístico: pedras, cristais, formas, pontos riscados


Cor: Marrom






REINO DO AR

Incensos






























Qualidade: Expansão, comunicação
 Orixá: Iansã
Força: eólica
Nome tupi: Ybytu Pyatã
Elemento ritualístico: Essências, defumação, pontos cantados
Cor: Amarelo
REINO DA ÁGUA



















Qualidade: adaptação, emoções, amor
Orixá: Iemanjá
Força: Hídrica
Nome tupi: Y Pyatã
Elemento ritualístico: Banhos, bebidas
Cor: Azul Claro
REINO DAS MATAS


























Ervas
Qualidade: Individualidade, independência
Orixá: Oxossi
Força: Vegetal e Animal
Nome tupi: Caá Pyatã
Elemento ritualístico: ervas, flores, frutas, animais, aves
Cor: Verde
REINO DA HUMANIDADE






















Mediuns
Qualidade: Fraternidade, Fé
Orixá: Oxalá
Força: Hominal
Nome tupi: Abá Pyatã
Elemento ritualístico: Os médiuns, as pessoas
Cor: Branco
REINO DAS ALMAS


























Espiritos
Qualidade: Espiritualidade, Transcendência
Orixá: Omolu
Força: Espiritual
Nome tupi: Angá Pyatã
Elemento ritualístico: Os espíritos (Caboclos, Pretos Velhos, Crianças etc…)
Cor: Preto
Estas sete forças estão presentes em todos os lugares e em todas as pessoas, costumamos dizer que somos filhos de todos os Orixás, pois suas forças estão presentes em todos os momentos e em todas as coisas do universo.
Vamos dar um exemplo bem simples para facilitar o entendimento.
Pense em você, vamos identificar as sete vibrações em seu dia a dia:





















Sete Reinos Sagrados


A vibração do Reino do fogo, a força Tatá pyatã, a presença da força do Orixá Ogum é o calor do nosso corpo. Sabemos que todos os seres humanos tem uma determinada temperatura ( aproximadamente 36,5 ºC ), é esta energia que pertence ao reino do fogo, qualquer alteração brusca na temperatura do corpo ou mesmo na temperatura do planeta levará a morte.


O reino da Terra são as estruturas, a força Yby pyatã, a presença da força do orixá Xangô, tudo o que é sólido, no corpo são as estruturas do corpo humano, os ossos, os músculos.


O Reino do Ar está presente no ar que respiramos; a força Ybytu pyatã, a presença da força do Orixá Iansã, já pensou em ficar sem respirar?


Sem o ar não existe vida na Terra.


O Reino da Água, a força Y pyatã, a presença da força do Orixá Iemanjá, está presente no corpo humano na proporção de 75% (aproximadamente), sem água não existe a vida.


O Reino das Matas, a força Caá pyatã, a presença da força do Orixá Oxossi, está presente em nossa alimentação.


Na mitologia africana Oxossi é o caçador, é aquele que vai buscar o alimento da tribo.


É deste reino (das Matas) que provem toda a nossa alimentação: frutas, plantas, ervas, e até a carne animal.


Reino da Humanidade, a força Abá pyatã, a presença da força do Orixá Oxalá, são as pessoas.


É o relacionamento humano, o homem não pode viver isolado, ele é um ser social e é através deste processo social, que trocamos energias, fluidos e evoluímos espiritualmente.


Este reino está presente em nossa vida através dos relacionamentos que fazemos: sociedades comerciais, casamento, namoro e demais vínculos familiares; é também a fé que possuimos.


Reino das almas, a força Angá pyatã, a presença da força do Orixá Omolu, é o mundo espiritual que nos rodeia.


Vivemos em constante contato com seres espirituais, algumas vezes com seres elevados como em nossos Terreiros com os Caboclos, Preto-Velhos as Crianças; outras vezes com seres atrasados como os kiumbas, espíritos enganadores, obsessores.


A todo momento estamos nos relacionando com a espiritualidade.


O melhor exemplo da presença deste reino em nossa vida é o nosso próprio espírito que habita nosso corpo material.


Somos espíritos encarnados.


Perceba que todos os sete reinos estão presentes em nossa vida e que a vida humana (material e espiritual) é fruto deste processo evolutivo através dos sete reinos sagrados.


Finalizando pedimos a você que leia e releia com atenção este pequeno texto, pois ele apresenta conceitos básicos importantes da doutrina seguida no Núcleo Mata Verde; as dúvidas serão esclarecidas nas reuniões de estudos realizadas no Terreiro.


Saravá!


São Vicente, 14/11/2010


Manoel Lopes

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