quinta-feira, 11 de novembro de 2010

UMA VIAGEM ESPIRITUAL NO UMBRAL EXTRAFÍSICO

Eram 03h30min da madrugada.

Eu escrevia uma apostila do curso de experiências fora do corpo. O sono começou a me incomodar e resolvi ir deitar. Pensei em continuar a apostila durante o dia.

Deitei-me ao lado de minha esposa, mas educadamente empurrei o corpo dela pra o canto da cama, pois já sei, que se fizer um trabalho energético muito perto, a incomodo, além de piorar, se eu por acaso encostar nela (dá uma fusão energética intensa e perco a projeção ou o momento da saída).

Comecei a mobilizar as energias de forma intensa e pensei: "Eu vou ficar bem concentrado nisso até sair do corpo!"

Senti uma dificuldade energética na área da garganta e fiz um estado vibracional** localizado, até que melhorou.

Perdi a consciência depois de um tempo de exercícios energéticos.

Minha consciência despertou ao lado de um espírito, que mexia nas minhas energias, acredito que por isso eu consegui abrir a lucidez naquele momento.

O local era horrível, escuro, com barulhos de gritos que vinham de todo lado.

O espírito amigo me disse:

"Preste atenção! Estamos aqui para socorrer um amigo, ele se perdeu aqui e já é a quinta vez que tentamos tirá-lo desse lugar. Está vendo aquele ponto ali?" - Ele falou isso enquanto apontava para um tipo de amontoado de lama com madeira.

Eu falei: "Vejo sim!"

"Você é o quinto projetor que pegamos e ninguém ainda conseguiu passar dali. Não ajude ninguém durante o caminho, não se concentre em nada. Você irá entrar disfarçado comigo, e se nos descobrirem, você irá acordar pensando que foi um pesadelo, e sentirá uma energia desagradável. É só você me seguir, pise onde eu pisar; é só seguir os meus passos.

Eu, claro, depois dessa já estava olhando tudo com o máximo de atenção, e também com certo receio.

Íamos andando a passos lentos, e ainda pensei: "Por que não voamos?"

A resposta do espírito veio rápida na mente: "Voar? Estamos disfarçados!"

Eu pisava exatamente onde ele pisava. Era uma lama, ele pisava e deixava um buraco. Reparei que a minha era roupa igual à dele: era marrom e eu usava uma bota. E fazia um barulho estranho a cada pisada, como se estivéssemos andando em um tipo de lama bem grossa.

Eu olhava para todos os lados, com medo de algo pular em cima de nós, pois eu via cada cena horripilante. Teve uma hora em que pensei ter pisado numa poça de sangue com algo amarelo, simplesmente nojento. Chegamos ao ponto de onde os outros projetores não conseguiam passar, e reparei o motivo disso. Era um lugar onde havia muitos espíritos sofredores, jogados para todo lado.

Em minha mente surgiu à resposta: eram espíritos que já tinham sido vampirizados até a última gota das suas energias, e estavam totalmente desfigurados. Alguns sem pernas. As suas faces, totalmente desfiguradas. Aquilo parecia um verdadeiro inferno.

E os gritos? Choros, uns nem força tinham para gritar. Como existem lugares iguais a esse? - pensei. Mas é, na verdade o reflexo do próprio homem e seus desequilíbrios.

Perdendo-me em pensamentos, durante um momento passei por um lugar, e acho que pisei em algum espírito, pois ele deu um grito forte. Eu me abaixei para ajudá-lo, e aí vi a bobagem que fiz. O espírito amigo ainda tentou me segurar, mas não deu tempo.

Ouvi um grito alto, que me jogou uma energia densa, nesses termos:

“ Ô pra ti, ó!”“.

E senti uma energia forte vindo de vários lugares. Pareceu ser um tipo de alarme.

O amigo que vinha comigo não tinha sido identificado, eu era o alvo, pois tinha tentado ajudar alguém. De alguma forma, ao fazer aquilo, eu joguei uma energia diferente no ar, e isso causou uma repercussão no ambiente.

Então vi meu amigo entrar em cena, começando a exteriorizar energias na direção dos agressores extra físicos. Eram uns seis, no mínimo. Eu fiquei ali perto dele, quando o ouvi falar mentalmente:

“Vamos lá, Doutor! Agora que vacilou, começa a ajudar na defesa energética."

Então, eu levantei as mãos e comecei a ajudar. Comecei a me achar o máximo, pois vinha um dos espíritos, eu jogava uma energia e o cara voava longe (parecia cena de filme chinês de Kung-Fu). Começou a encher, chegavam mais e mais assediadores. Eu já não conseguia me defender direito e perdi a conta de quantos tinham; comecei a sentir uma agonia. Sentia uma energia forte me atingir, até impressão de falta de ar eu comecei a sentir.

Até que meu amigo falou mentalmente:

"É, vou ter que pedir ajuda. Segura as pontas aí!"

Ele fechou os olhos por alguns segundos. De repente, senti uma energia forte varrer todo o local em que estávamos, e vi todos os espíritos baterem em retirada. Uma coisa incrível, simplesmente todos correram como que desesperados. Mas o que seria?

Eu não conseguia ver também. Até que senti uma pequena mão pegar nas minhas. Quando olho para o meu lado, vejo uma menina que aparentava uns seis ou sete anos de idade. De olhos praticamente fechados (era o que parecia), ela saudou o amigo e imediatamente me puxou dali. Uma coisa maravilhosa me dominou. Pois eu saí de uma energia pesada e entrei num lugar muito lindo. Um tipo de jardim com bancos.

Olhei para aquela menina e fui agradecer a bondade dela. Até então, não tinha caído à ficha de quem seria ela. Até a tratei como criança, agradecendo meio que brincando.

Quando, então, a ouvi mentalmente falar, de forma muito calma e muito serena:

"Ô Saulo! Sabe que vocês hoje tentaram socorrer um amigo da equipe que trabalhava nesses lugares. Ele se desequilibrou por causa de uma falha dentro dele mesmo, ele recebeu as energias dos seres daquele lugar, que o aprisionaram ali. Aquele rapaz que estava com você era um incansável amigo da equipe dele, que está tentando de toda forma tirá-lo dali. Aquela é uma zona de nível espiritual muito baixo. Esse rapaz que está preso lá, já esteve preso antes ali."

Eu falei: "Tá me dizendo que tem um amparador extra físico preso naquela região?"

"Não é bem isso", respondeu ela calmamente.

"Ele é sim o que podemos chamar de amparador, mas tem seus defeitos também. Ele se desequilibrou, apesar dos cursos e da preparação que tinha. Isso acontece, às vezes, o que mostra que o equilíbrio está dentro de nós mesmos, não importando se mora lá embaixo ou aqui."

Eu perguntei: "Diga-me uma coisa, como conseguiu fazer aquilo? Colocar todos para correrem?"

"Saulo, às vezes a energia aqui é como força física. Uma mente equilibrada sempre pode mais do que a força. Basta querer e se concentrar."

E perguntei, novamente: "Desculpe-me perguntar, mas fico assustado ao ver uma menina de seis anos falar assim. Você é muito fofa, mas é óbvio que é uma amparadora.

Por que está com forma de criança? Pergunto isso, pois, por coincidência, recentemente comentei isso com amigos."

Ela respondeu:

"Eu vou reencarnar em breve. Eu preciso já ficar na forma feminina, mas prefiro ficar como criança. As pessoas se desequilibram muito fácil, por causa do instinto humano, por isso prefiro ficar na forma de menina."

Eu: "Vai reencarnar quando?"

"Daqui a uns 25 anos, mais ou menos, disse ela.

"E isso é breve?", e dei uma boa risada.

A conversa continuou durante um bom tempo, só que não me lembro de mais nada, além dessa minha risada. Lembro-me de abrir os olhos no corpo, onde fiquei imóvel na cama sabendo que tinha que me lembrar de algo. Logo me veio a imagem do local horrível.

E começou a me chegar tudo o que escrevi acima.

Porém, agora comecei a meditar nos acontecimentos.

Como pode um amparador extra físico ficar preso?

Isso é muito intrigante, pois mostra que os amparadores também são falhos, mas é claro que existem milhares deles, e possivelmente, de alguma forma, ele foi levado para aquele desequilíbrio, que, infelizmente eu não pude ajudar.

Fui avisado pelo amigo de que não podia ajudar ninguém na passagem, mas não entendi muito bem a mensagem. Realmente sinto muito por não ter conseguido ajudar. Meu coração se parte em dois pedaços, um pelo rapaz preso, e outro pelo empenhado amigo que não descansa, querendo socorrê-lo.

Vou me colocar novamente à disposição dele, se precisar, e da próxima vez tentar ser mais equilibrado.

Agora, a segunda parte foi formidável. Quem era aquela figura angelical?

Que coisa mais linda! Agora que voltei ao corpo, percebo de forma clara com quem eu estava. E fico pensando: eu estava lá com o amigo exteriorizando energias com uma dificuldade incrível para se defender, então ela chegou e em um segundo todos correram. E me questiono: "Por que ela não vai pegar o cara lá que está preso?

Imagino que ela seja muito sutil para isso, por isso eles têm que pegar os projetores astrais, devido à densidade das energias de seus corpos e do cordão de prata.

Que coisa mais linda que ela era...

Sabe, apesar de ela ser a criança, era eu que queria ser carregado no colo por ela (e quem não queria?)

E a saudade que sinto dela agora?

Um amor fora de série, mesmo sem já poder me conectar na energia que estava naquele momento. Agora me lembro que, enquanto ela me explicava as coisas, me travava com carinho, pegando em minha mão, olhando-me e se comunicando de forma muito lúcida.

Percebi o quanto uma mente sadia é importante. Ela fez algo incrível. É até meio que vergonhoso, eu, um projetor, lá me esforçando na proteção energética, e chega uma criança e faz o trabalho meio que brincando.



P.S.:
Bem, hoje fiquei conectado com as energias dessa amparadora o dia todo.
Pois é... Quanto a aprender, começo a perceber que a criança aqui sou eu...


Abraços.

- Saulo Calderon -

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