domingo, 12 de agosto de 2012

Texto Umbandista : Quantos filhos tem sua casa ?

SEGUNDA-FEIRA, 7 DE NOVEMBRO DE 2011

Texto Umbandista : Quantos filhos tem sua casa ?


Um dia um jornalista ao entrevistar uma Mãe de Santo, perguntou: “Quantos filhos a sua casa tem?”.
A senhora não lhe respondeu como ele esperava, disse que ele deveria acompanhar as atividades do terreiro na próxima semana que ele teria a resposta. E assim foi no sábado pouco antes de iniciarem os trabalhos lá estava ele sentado na assistência observando tudo. Viu que havia mais ou menos 40 médiuns, quase todos estavam na corrente, prontos para a gira, e aproveitavam estes momentos que antecediam o inicio dos trabalhos para mostrarem uns aos outros suas roupas novas, ou para colocar algum assunto em dia. Mas notou também que um grupo de cinco médiuns estava em plena atividade arrumando as coisas para o inicio dos trabalhos.

O trabalho foi muito bonito e alegre, quando terminou viu que a grande maioria dos médiuns se apressa em se retirar, uns porque queriam chegar logo em casa, outros por terem algum compromisso. Notou mais uma vez que aqueles mesmos cinco médiuns que antes do inicio arrumavam as coisas, agora eram os que começavam a limpar e organizar o terreiro depois dos trabalhos.
Na segunda feira havia um momento de estudo no terreiro e ele foi convidado, ao chegar ao local, chovia muito e, viu que menos da metade da corrente se fazia presente, novamente notou que aqueles cinco estavam lá.
Na quinta feira haveria um trabalho na Lina do Oriente, e também passaria na TV um jogo da seleção, novamente bem menos da metade da corrente apareceu, mas aqueles cinco estavam entre eles.
No sábado novamente estava sentado na assistência e novamente repetiu o que havia acontecido na semana anterior, os cinco médiuns fazendo os últimos preparativos para o inicio dos trabalhos, e também a limpeza assim que estes se encerraram, e foi no término dos trabalhos que foi chamado pela Mãe de Santo, que lhe perguntou:
─ Você conseguiu descobrir quantos filhos tem em nossa casa?
─ Contei 43 minha mãe – respondeu.
─ Não, filhos de verdade tenho cinco. São aqueles que estavam presentes em todas as atividades da casa.
─ E os outros?
─ Os outros são como se fossem “sobrinhos” de quem gosto muito e que também gostam da casa, mas só visitam a “tia” se não houver nenhum atrapalho ou programa ‘melhor’, e mesmo vindo muitas vezes ficam contando os minutos para acabarem os trabalhos.
O rapaz muito sério perguntou:
─ E por que a senhora não impõe regras para mudar isso?
─ Meu filho a Umbanda não pode ser imposta a ninguém, tem de ser praticado com entrega, o amor à religião não pode ser uma obrigação, ele deve nascer no coração de cada um, e o mais importante, a Umbanda respeita o livre arbítrio de todos os seres…
E nós, somos “filhos” ou “sobrinhos” de Umbanda?
Somos Umbandistas em todos os momentos de nossa vida, ou somos Umbandistas somente uma vez por semana durante os trabalhos no terreiro?
Agora reflita em suas ações e pergunte pro seu coração…
Você é filho ou sobrinho?
Desconheço o Autor deste sábio Texto .

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

A HISTORIA DOS CIGANOS

A HISTORIA DOS CIGANOS

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Não se tem muitos documentos a respeito da história dos ciganos porque como sua língua é ágrafa, sem grafia, não existem registros escritos. A informação nos é chegada através de afirmações orais nem sempre comprovada.

Somente no final do século XVII é que podemos ver generalizado o degredo de ciganos para o Brasil. Bandos deles, provenientes de Castela, entravam em Portugal. Sua Majestade D. Pedro, rei de Portugal e Algarves, preocupadíssimo com a "inundação de gente tão ociosa e prejudicial por sua vida e costumes, andando armados para melhor cometerem seus assaltos", decidiu determinar, por decreto, que, além do degredo para a África, eles seriam também banidos para o Brasil: "Tendo resoluto que os ciganos e ciganas se pratique a lei, assim nesta corte, como nas mais terras do Reino; com declaração que os anos que a mesma lei lhes impõe para África, sejam para o Maranhão, e que os Ministros que assim o não executarem, lhes seja dado em culpa para serem castigados, conforme o dolo e omissão que sobre este particular tiverem." - Decreto em que se mandou substituir o exílio da África para o Maranhão, in F.A. Coelho, Os Ciganos de Portugal, Lisboa, Imprensa Nacional, 1892.

Esta resolução real foi estabelecida em 1686, mas a história dos ciganos no Brasil teve início realmente quando, em 1574, durante o reinado de D. Sebastião, o cigano João Torres veio degredado para o Brasil com sua mulher e filhos por cinco anos.

A Metrópole despejou seus "criminosos" nas terras coloniais ultramarinas, particularmente no Brasil e África. A colônia, por sua vez, mandou seus elementos indesejáveis e "gentes inúteis" para outras capitanias e continentes.

Em Minas Gerais, a presença cigana é sentida a partir de 1718, quando chegam ciganos vindos da Bahia, para onde haviam sido deportados de Portugal. Na época em que começaram a chegar a Minas Gerais havia neste estado um movimento muito importante com objetivos de progresso e ideais de independência. Como essas idéias não estavam consoantes com os ciganos, eles não eram bem vistos, sendo considerados inúteis à sociedade, vândalos, corruptores de costumes. Só começaram a ser vistos de outra forma quando passaram a comerciar escravos pelo interior do país. Esta atividade proporcionou uma maior aceitação e mesmo valorização social dos ciganos, já que passaram a exercer um trabalho reconhecido como útil por grande parte da população. Alguns ciganos tornaram-se ilustres, patrocinando até festividades na Corte.

No Rio de Janeiro, nos anos de 1700, os ciganos se estabeleciam nas cercanias do Campo de Santana. Suas pequenas casas, guarnecidas de esteiras ou rótulas de taquara, cercam o campo, dando origem à chamada Rua dos Ciganos (da Constituição). Os ciganos festejavam Santana, a quem chamavam de Cigana Velha.

Nas últimas décadas, pesquisadores concluíram que os ciganos no Brasil estão divididos em dois grandes grupos: Rom e Calon.

O grupo Rom é dividido em vários subgrupos como os Kalderash, Matchuara, Lovara e Tchurara.

Do grupo Calon, cuja língua é o caló, fazem parte os ciganos que vieram de Portugal e Espanha para o Brasil. São encontrados em maior número no nordeste, Minas e parte de São Paulo.

A Constituição de 1988 quase teve um artigo específico para os ciganos estabelecendo o respeito à minoria cigana. O então deputado Antonio Mariz propôs emenda proibindo discriminação étnica ou racial.

Mesmo assim, os ciganos estão abrangidos pela grande proteção dada pelos artigos 215 e 216 da Constituição, que manda preservar, proteger e respeitar o patrimônio cultural brasileiro, o qual é constituído pelos modos de ser, viver, se expressar, e produzir de todos
os segmentos étnicos que formam o processo civilizatório nacional.

Como toda minoria étnica (religiosa ou lingüística), os ciganos têm direitos importantes. O primeiro deles é o direito de não ser objeto de discriminação.

Afinal, um povo fascinante, amante da natureza, que sabe respeitar suas crianças e seus anciãos, que conserva suas origens e tradições apesar de toda perseguição e barbaridades sofridas, merece ser respeitado.

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