domingo, 16 de outubro de 2011

AS ENCARNAÇÕES PUNITIVAS


AS ENCARNAÇÕES PUNITIVAS

A esse tempo, os Prepostos do Senhor haviam conseguido
selecionar, em várias partes do globo, e no seio dos vários povos
que o habitavam, núcleos distintos e apurados de homens
primitivos em cujos corpos, já biologicamente aperfeiçoados,
devia iniciar-se a reencarnação dos capelinos.
Esses núcleos estavam localizados no Oriente, no planalto
do Pamir, no centro norte da Ásia e na Lemúria, e no Ocidente
entre os primitivos atlantes, e, entre todos, os chineses
(mongóis) eram os mais adiantados como confirma Emmanuel,
quando diz:
- "Quando se verificou a chegada das almas proscritas
da Capela, em épocas remotíssimas, já a existência chinesa
contava com uma organização regular, oferecendo os tipos
mais homogêneos e mais selecionados do planeta, em face dos
remanescentes humanos primitivos.
Suas tradições já andavam, de geração em geração,
construindo as obras do porvir." 16
E acrescenta:
- "Inegavelmente o mais prístino foco de todos os surtos
evolutivos do globo é a China milenária."17
***
15 Não confundir esse estágio pré-encarnativo dos capelinos com o período
astral, preparatório, dos espíritos formadores da 1ª Raça-Mãe, que a
Teosofia, (para nós, erroneamente) denominara raça adâmica.
16 A Caminho da Luz, cap. VIII. (Nota da Editora)

17 Para a ciência oficial a civilização chinesa não vai além de 300 anos
antes de nossa era, mas suas tradições fazem-na remontar a mais de
100 mil anos. A civilização chinesa, entretanto, veio da Atlântida
primitiva
- vide o Cap. XV - o que demonstra ser muito anterior até mesmo a
esta última data
.


Os capelinos, pois, que já estavam reunidos, como vimos,
no etéreo terrestre, aguardando o momento propício,
começaram, então, a encarnar nos grupos selecionados a que
já nos referimos, predominantemente nos do planalto do Pamir,
que apresentavam as mais aperfeiçoadas condições biológicas
e etnográficas, como sejam: pele mais clara, cabelos mais
lisos, rostos de traços mais regulares, porte físico mais
desempenado e elegante.
A respeito dessa miscigenação, a narrativa de Emmanuel,
se bem que de um ponto de vista mais geral não deixa, contudo,
de ser esclarecedora.
Diz ele:
-"Aquelas almas aflitas e atormentadas, encarnaram-se
proporcionalmente nas regiões mais importantes, onde se
haviam localizado as tribos e famílias primitivas, descendentes
dos primatas.
E com a sua reencarnação no mundo terreno
estabeleciam-se fatores definitivos na história etnológica dos
seres.
Dessa forma, pois, é que se formaram nessas regiões os
primeiros núcleos raciais da nova civilização em perspectiva
que, dali, foram se espalhando, em sucessivos cruzamentos,
por todo o globo, máxime no Oriente, onde habitava a Terceira
Raça, em seus mais condensados agrupamentos.
***
18A Caminho da Luz, cap. III. (Nota da Editora)

Ouçamos, agora, novamente, o Evangelista descrever esse
acontecimento, numa visão retrospectiva de impressionadora
e poética beleza:
- "Donde vieram esses homens, novos no meio dos
homens?
A Terra não lhes deu nascimento, porque eles nasceram
antes de ela ser fecunda.
No meio dos homens antigos da Terra descubro homens
novos, meninos, mulheres e varões robustos; donde vieram
esses homens que nasceram antes da fecundidade da Terra?
Em cima e ao redor da Terra, rodopiam os céus e os
infernos, como sementes de geração e de luz.
O vento sopra para onde o impulsa a mão que criou a
sua força, e o espírito vai para aonde o chama o cumprimento
da lei.
Os homens novos que descubro entre os homens antigos
da Terra, os quais nasceram antes desta ser fecunda, vêm a
ela em cumprimento de uma lei e de uma sentença divina.
Eles vêm de cima, pois vêm envoltos em luz e a sua luz
é um farol para os que moram nas trevas da Terra.
Se, porém, seus olhos e suas frontes desprendem luz,
nos semblantes eles trazem o estigma da maldição.
São árvores de pomposa folhagem, mas privadas de
frutos, arrancadas e lançadas fora do paraíso, onde a
misericórdia as havia colocado e donde as desterrou por
algum tempo.
A sua cabeça é de ouro, as suas mãos de ferro e os seus
pés de barro. Conheceram o bem, praticaram a violência e
viveram para a carne.
A geração proscrita traz na fronte o selo da sentença,

mas também tem o da promessa no coração.
Tinham pecado por sabedoria e orgulho e seu
entendimento obscureceu-se. A obscuridade foi a sentença
do entendimento ensoberbado, e a luz, a promessa da
misericórdia que subsiste e subsistirá.
Bem-aventurados os que choram por causa das trevas
e da condenação e cujos corações não edificam moradas
nem levantam tendas.
Porque serão peregrinos no cárcere e renascerão para
morar perpetuamente, de geração em geração, nos cimos
onde não há trevas; porque recuperarão os dons da
misericórdia na consumação. "
A descida dessa raça maior causou, como era natural, no
que respeita à vida de seus habitantes primitivos, sensível
modificação no ambiente terrestre que, ainda mal refeito das
convulsões telúricas que assinalaram os primeiros tempos de
sua formação geológica, continuava, entretanto, sujeito a
profundas alterações e flutuações de ordem geral.
Como já dissemos, toda mudança de ciclo evolutivo
acarreta profundas alterações, materiais e espirituais, nos orbes
em que se dão; nos céus, na terra e nas águas há terríveis
convulsões, deslocamentos, subversões de toda ordem com
dolorosos sofrimentos para todos os seus habitantes.
Logo, após, os primeiros contatos que se deram com os
seres primitivos e, reencarnados os capelinos nos tipos
selecionados já referidos, verificou-se de pronto tamanha
dessemelhança e contraste, material e intelectual, entre essas

duas espécies de homens, que sentiram aqueles imediatamente
a evidente e assombrosa superioridade dos ádvenas, que
passaram logo a ser considerados super-homens, semideuses,
Filhos de Deus, como diz a gênese mosaica, e, como é natural,
a dominar e dirigir os terrícolas.
Formidável impulso, em conseqüência, foi então
imprimido à incipiente civilização terrestre em todos os
setores de suas atividades primitivas.
De trogloditas habitantes de cavernas e de tribos
selvagens aglomeradas em palafitas, passaram, então, os
homens, sob o impulso da nova direção, a construir cidades
nos lugares altos, mais defensáveis e mais secos, em torno das
quais as multidões aumentavam dia a dia.
Tribos nômades se reuniam aqui e ali, formando povos e
nações, com territórios já agora mais ou menos delimitados e,
com o correr do tempo, definiram-se as massas etnográficas
com as diferenciações asseguradas pelas sucessivas e bem
fundamentadas reproduções da espécie.
Adotaram-se costumes mais brandos e esboçaram-se os
primeiros rudimentos das leis; os povos, que então saíam da
Era da Pedra Polida, estabeleceram os fundamentos da indústria
com a utilização, se bem que incipiente, dos metais; foi-se
assegurando aos poucos a base de uma consciência coletiva e
os homens, pelas experiências já sofridas e pelo crescente
despertar da Razão, ainda que embrionária, iniciaram uma
tentativa de organização social, em novo e mais promissor
período de civilização.
Enfim, naquela paisagem primitiva e selvagem, que era
realmente um cadinho combusto de forças em ebulição,
definiram-se os primeiros fundamentos da vida espiritual
planetária.

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