quinta-feira, 31 de maio de 2012

Tambor Xamânico





Sería o tambor xamânico um instrumento wiccano? Seriam as práticas realizadas com tambor xamânico wiccanas? 
As respostas são: não e talvez. O tambor Xamânico como o próprio nome já dá a entender é um instrumento de origem xamânica, enquanto que as práticas realizadas com ele, se não forem de origem xamânica, serão originárias do caminho espiritual em que a cerimônia se realiza. 
Ex. Um bruxo, que usa as batidas do tambor para acelerar as energias, afim de criar um cone de poder, está utilizando um instrumento xamânico em uma prática wiccana. Já um bruxo, que usa o tambor xamânico para conhecer o seu animal totem, está usando um instrumento xamânico em uma prática xamânica, que pode ou não estar ocorrendo dentro de um ritual wiccano. Portanto a Wicca faz uso do instrumento e de algumas práticas xamânicas sem que o instrumento ou as práticas sejam ou se tornem wiccanas.

O que viria a ser um tambor xamânico? 
A estricto sensu um tambor xamânico é aquele confeccionado por um xamã, utilizando materiais naturais, dentro de um ritual em que antes, durante e após o ato de montagem o xamã se manteve em contato com os seres espirituais e guias do caminho, da linhagem xamânica daquela cultura. 
Em latu sensu, um tambor confeccionado em material natural, dentro de um ritual próprio, em contato com a egrégora daquele caminho espiritual e consagrado, será considerado pelos praticantes do caminho um tambor xamânico.

Qualquer tambor pode ser utilizado em práticas xamânicas ou de bruxaria?
Depende! Um autêntico xamã de uma tribo nativa de qualquer cultura, dirá que o tambor deve ser confeccionado da forma que sua vertente xamânica orienta. 
Os praticantes de xamânismo se dividem, alguns entendem que desde que o tambor passe por uma limpeza energética e seja consagrado ao trabalho espiritual, não importa o material em que seja confeccionado ele será considerado como um tambor propício ao uso. 
Já outros praticantes entendem que, se não puder ser confeccionado como manda a tradição, no maximo deverá ser confeccionado em material natural, dentro de um ritual próprio, em contato com a egrégora daquele caminho espiritual e consagrado. Particularmente eu adoto o segundo entendimento.

Qualquer pessoa pode confeccionar um tambor xamânico?
Novamente depende! Os praticantes novamente se dividem, há aqueles que entendem que sim. Há aqueles que entendem que não, que somente um xamã ou um praticante do caminho poderia confeccionar um a tambor. 
E existem aqueles que entendem que qualquer um pode confeccionar o seu próprio tambor, mas teriam que sentir o chamado para tornarem-se artesãos do tambor, afim de confeccionar tambores para terceiros.

Para que serve um tambor xamânico?
O tambor é utilizado para que se atinja estados alterados de consciência, propiciando ao xamã, ao praticante do caminho, ou aos participantes de um ritual possam contatar o mundo espiritual. Pode ser usado para invocar e evocar energias, realizar limpezas energéticas, alinhamentos energéticos, curas, iniciar e finalizar rituais, criar espaços mágicos, etc...

Como se procede a confecção de um tambor xamânico?
Há duas formas, a primeira é por inspiração! Geralmente nessa forma a pessoa já pratica o xamânismo seja solitariamente ou com a instrução de um mentor. A pessoa tem uma visão ou um sonho em que o guia espiritual da pessoa lhe presenteia ou lhe ensina como ela deve confeccionar o tambor. 
Na segunda, a pessoa não necessariamente está trilhando o caminho xamânico, mas sente interesse em confeccionar seu próprio tambor, ela procura por um artesão que lhe orientará, lhe auxiliará não só na montagem como em todo o procedimento ritual a ser realizado.

Por Coill Glas Anam. Iniciado da TCS

quarta-feira, 30 de maio de 2012

A Declaração da Deusa Negra

Declaração da Deusa Negra


A Deusa Negra fala conosco pelas bocas de Lilith, Kali, Tiamat, Hécate, Nix, A Madonna Negra, Nêmesis, Morgana, Cerridwen, Perséfone, Ereshkigal, Arianrhod, Durga, Inanna e muitas outras.
Eu sou as trevas por trás e por baixo das sombras.
Eu sou a ausência de ar que espera no início de cada respiração.
Eu sou o fim antes que a vida recomece, a deterioração que fertiliza o que vive.
Eu sou o poço sem fundo, o esforço sem fim para reivindicar o que é negado.
Eu sou a chave que destranca todas as portas.
Eu sou a glória da descoberta, pois eu sou o que está escondido, segregado e proibido.
Venha a mim na Lua Negra e veja o que não pode ser visto, encare o terror que é só seu.

Nade até mim através dos mais negros oceanos, até o centro de seus maiores medos. Eu e o Deus das trevas o manteremos em segurança.
Grite para nós em terror e seu será o poder de suportar o insuportável.
Pense em mim quando sentir prazer e eu o intensificarei.
Até o dia em que eu terei o maior prazer de encontrá-lo na encruzilhada entre os mundos.

Sabedoria e a capacidade de dar poderes são os meus presentes.
Ouça-me, criança, e conheça-me por quem eu sou.
Eu tenho estado com você desde o seu nascimento e ficarei com você até que você retorne a mim no crepúsculo final.
Eu sou a amante apaixonada e sedutora que inspira o poeta a sonhar.
Eu sou aquela que te chama ao fim de sua jornada.
Quando o dia se vai, minhas crianças encontram seu descanso abençoado em meus braços.

Eu sou o útero do qual todas as coisas nascem.
Eu sou o sombrio, silencioso túmulo; todas as coisas devem vir a mim e suportar a morte e o renascer para o todo.
Eu sou a Bruxa que não será governada, a tecelã do tempo, a professora dos mistérios.
Eu corto as linhas que trazem minhas crianças até mim.
Eu corto as gargantas dos cruéis e bebo o sangue daqueles sem coração.
Engula seu medo e venha até mim, e você descobrirá a verdadeira beleza, força e coragem.

Eu sou a fúria que dilacera a carne da injustiça.
Eu sou a forja incandescente que transforma seus demônios internos em ferramentas de poder.
Abra-se a meu abraço e domínio.
Eu sou a espada resplandecente que te protege do mal.
Eu sou o cadinho no qual todos os seus aspectos se misturam em um arco-íris de união.

Eu sou as profundezas aveludadas do céu noturno, as brumas rodopiantes da meia-noite, coberta de mistério.
Eu sou a crisálida na qual você irá encarar o que te apavora e da qual você irá florescer vibrante e renovada.
Procure por mim nas encruzilhadas e você será transformada, pois uma vez que você olhe para meu rosto não existe volta.
Eu sou o fogo que beija as algemas e as leva embora.
Eu sou o caldeirão no qual todos os opostos crescem para se conhecer de verdade.
Eu sou a teia que conecta todas as coisas.
Eu sou a curadora de todas as feridas, a guerreira que corrige todos os erros há seu tempo.
Eu faço o fraco forte.
Eu faço humilde o arrogante.
Eu ergo o oprimido e dou poderes ao desprivilegiado.

Eu sou a justiça temperada com compaixão.
Eu sou você, eu sou parte de você, estou dentro de você.
Procure-me dentro e fora e você será forte.

Conheça-me, aventure-se nas trevas para que você possa acordar com equilíbrio, iluminação e plenitude.
Leve meu amor consigo a toda parte e encontre o poder interior para ser quem você quiser.

domingo, 27 de maio de 2012

RITO DA AUTO-INICIAÇÃO NA WICCA (para Bruxos Solitários)




Auto-Iniciação na Wicca

 RITO DA AUTO-INICIAÇÃO NA WICCA (para Bruxos Solitários)

(NOTA: Depois da auto-iniciação na Arte, é importante que a pessoa estude a filosofia básica de Wicca e sinta sinceramente em seu coração que a Religião Antiga da Deusa é um dos caminhos corretos a seguir, para isso leia o livro Mistérios Wiccanos da Ed. Gaia.) Se você deseja se tornar um Bruxo e não pode ser iniciado por um coven – grupo de wicca (ou se prefere trabalhar como um Solitário), pode iniciar-se na Arte e dedicar-se à Deusa (Mãe) e ao Seu consorte o Deus (Pai), realizando o ritual da Auto-iniciação em uma noite de lua cheia ou crescente ou no seu aniversário.

Comece despindo suas roupas e tomando um banho ritualístico perfumado ou de ervas (simbolizando o elemento água) para purificar seu corpo e seu espírito de qualquer vibração. Durante o banho, limpe sua mente de todos os pensamentos mundanos, negativos e desagradáveis, e medite até seu corpo ficar totalmente relaxado.

Após o banho, trace no chão um círculo com cerca de 1,5m de diâmetro, usando giz , tinta branca ou com barbante. Salpique um pouco de sal (simbolizando o elemento terra) sobre o círculo para consagrá-lo, dizendo:

COM O O SAL EU CONSAGRO

E ABENÇÔO ESTE CÍRCULO

SOB OS NOMES DIVINOS DA DEUSA

E DO SEU CONSORTE, O DEUS

ABENÇOADO SEJA!

Sente-se no centro do círculo de preferência, voltado para o norte, com duas velas brancas (simbolizando o elemento fogo) e um incensório com incenso, (simbolizando o elemento ar) diante de você. (É melhor realizar esse ritual a sós e nu; entretanto, se você não se sentir à vontade para trabalhar sem roupa, poderá usar uma veste cerimonial branca.) Acenda o incenso, em seguida, a primeira vela e repita:

EU TE INVOCO E TE CHAMO,

OH DEUSA MÃE, CRIADORA DE VIDA

E ALMA DO UNIVERSO INFINITO.

PELA CHAMA DA VELA E

PELA FUMAÇA DO INCENSO

EU TE INVOCO PARA ABENÇOAR ESTE RITUAL

E PARA GARANTIR A MINHA ADMISSÃO

NA COMPANHIA DOS TEUS FILHOS AMADOS.

OH BELA DEUSA DA VIDA E

DO RENASCIMENTO,

QUE É CONHECIDA COMO DEVA, SHAKTI

ATENAS, BRÍGIDA, ÍSIS, MELUSINE, AFRODITE

E POR MUITOS OUTROS NOMES DIVINOS,

NESTE CÍRCULO CONSAGRADO A LUZ DE VELAS



EU ME COMPROMETO A TE HONRAR,

A TE AMAR E A TE SERVIR.

ENQUANTO EU VIVER

PROMETO RESPEITAR E OBEDECER À TUA LEI

DE AMOR A TODOS OS SERES VIVOS.

PROMETO NUNCA REVELAR

OS SEGREDOS DA ARTE

A QUALQUER HOMEM OU MULHER QUE NÃO

PERTENÇA AO MESMO CAMINHO;

E JURO ACEITAR O CONSELHO WICCANIANO DE

"NÃO PREJUDICAR NINGUÉM, FAÇAM O QUE QUISEREM."

OH DEUSA, RAINHA DE TODAS AS BRUXAS,

ABRO MEU CORAÇÃO E MINHA ALMA PARA TI.

ASSIM SEJA.

Acenda a segunda vela e diga:

EU TE INVOCO E TE CHAMO,

OH GRANDE DEUS DOS PAGÃOS,

SENHOR DAS MATAS VERDES

E PAI DE TODAS AS COISAS SELVAGENS E LIVRES.

PELA CHAMA DA VELA E PELA FUMAÇA DO INCENSO

EU TE INVOCO PARA ABENÇOAR ESTE RITUAL.

OH GRANDE DEUS DA MORTE

E DE TUDO O QUE VEM DEPOIS,

QUE É CONHECIDO COMO CERNUNNOS, ATTIS, PÃ, SHIVA, DAGHDA, FAUNO, FREY, ODIN, LUPERCUS

E POR MUITOS OUTROS NOMES.

NESTE CÍRCULO CONSAGRADO À LUZ DE VELAS

EU ME COMPROMETO A TE HONRAR,

A TE AMAR E A TE BEM SERVIR.

ENQUANTO EU VIVER.

OH GRANDE DEUS DA PAZ E DO AMOR

ABRO MEU CORAÇÃO E MINHA ALMA PARA TI.

ASSIM SEJA.

Mantenha suas mãos abertas e voltadas para os céus. Feche os olhos e visualize dois raios brancos de luz brilhante descendo dos céus e penetrando a palma de suas mãos. Uma sensação morna de formigamento se espalhará pelo seu corpo à medida que o poder do amor da Deusa e do Deus purificar sua alma.

Não se assuste se começar a ouvir uma voz (ou vozes) falando dentro de sua mente. Podem ser a Deusa e o Deus dentro de você, revelando sua presença. (Embora nem todos os Wiccanianos ouçam ou percebam as verdadeiras palavras ditas pela Deusa e pelo Deus alguns sentem sua presença divina e seu amor, não é incomum que as deidades pagãs falem diretamente com um Bruxo recentemente auto-iniciado, especialmente se ele ou ela for sensitivo.)

Permaneça no círculo sagrado até que as velas e o incenso terminem. (se for necessário apague as velas com água) E, então, encerra-se o Ritual de Auto-Iniciação. Se desejar a iniciação pessoal na "tradição" entre em contato com a Humaniversidade.

sábado, 26 de maio de 2012

Inverno da Alma





"Eu posso sentir o silêncio no vento
Como um passaro noturno que nunca canta
janelas de luz são tudo que eu vejo
A memória do mais negro inverno permanece..."

   Ao contrário das postagens anteriores, esta não trata-se de um "complexo" ou uma patologia que afete ocultistas. O Inverno da Alma é muito mais uma fase, um período que transtorna a personalidade do mesmo. Caracteriza-se pelo isolamento completo e depressivo. O desânimo, motivado pela desesperança em relação ao ser Humano termina resultando em um período de isolamento improdutivo ( ao contrário do excesso de estudos doComplexo de Fausto). 
   
   Para aqueles cuja alma congelou, os sentimentos de todos a sua volta são desconsiderados e ínfimos se comparados a sensação de mal estar constante. A "frieza" expressa em atos e palavras chega em alguns momentos a tornar-se física e energética. A pessoa torna-se "pesada" e negativa psicologicamente, chegando algumas vezes a morbidez e depressão. 

   As vezes nós olhamos tanto para o "abismo" que o abismo olha de volta a nós. O mundo físico com todos os seus problemas nos traga para dentro de si. Toda nossa vontade é de nos isolar no Astral, no mundo plástico e moldavel, onde podemos nos proteger da realidade cruel. Nossa esperança a muito se foi, e com ela a paixão por qualquer ser humano. Nossa concha física nos passa sensação de inutilidade e fraqueza. Comer, fazer sexo, e outras necessidades básicas tornam-se um incômodo constante o qual ansiamos por superar. 

  A morte começa a parecer uma companheira agradável, e seu toque gélido a carícia de uma amante distante. O coração congela para paixões humanas, e consequêntemente tornamo-nos menos humanos durante estes momentos. Felizmente eles duram pouco, frequentemente costumam durar apenas um dia ou dois. Mas caso o ocultista tenha tendências depressivas, o mesmo pode se encontrar em um estado dificíl de sair, e até perigoso ao ponto de gerar suicídio. 
    
   Este é um estado psicológico/energético normalmente encontrado em habitantes do Umbral, ou de pessoas que se identifiquem com tais habitantes. Ou seja, uma pessoa com tais tendências que aventure-se por várias vezes neste plano pode acabar se "congelando" por dentro devido a frequencia do plano. E claro, aos lamentos constantes dos abrigados por lá. 
     
   O contato com determinadas entidades, como alguns demônios ou deidades ligadas a tal sentimento (Vide a deusa Eslava Marzanna, do Inverno e de suas sensações - físicas e psicológicas), também pode ocasionar no evocador ou invocador este sentimento. Evitar ou "curar" o Inverno da Alma é simples. Contrabalancear com invocações elementais do fogo, entidades igneas ou meramente trazer o afetado "de volta" ao mundo físico e recordar-lhe que ele ainda é um humano e ainda necessita de sensações físicas e mentais, antes que o mesmo perca sua humanidade e torne-se algo diverso...        
     
    Vale a pena recordar que este estado também pode ser induzido a um alvo, levando-o a loucura, depressão e perda de humanidade para com as pessoas a sua volta. Seja ele ocultista ou não, mas resultando em suicidio ou isolamento total. Uma morte por congelamento da própria Anima.  
         

 "Morrendo, o arco-íris nunca irá aparecer
Com a neve em minhas mãos,eu grito em lágrimas
Cego, eu tremo como um lobo solitário
perdido no paraíso negro da Noite..."
-The Darkest Winter
      

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Kami

Kami


Era uma noite de inverno. Cada floco de neve que chegava ao chão parecia atrapalhar a concentração de Yedda. Ele estava nervoso, atento ao mínimo detalhe. Nada poderia dar errado ou sua vida chegaria ao fim.
Lágrimas escorreram pelo seu rosto. Neste instante uma voz sombria e gelada pronunciou os versos do Deus da Morte:

- bcdlf. Aemhi ( Pavehgaluror. Ungraphtalnagon).
Os brilhos dos olhos de Yedda numa fração de segundos sumiram, suas lágrimas misturaram-se ao sangue que escorria de sua cabeça e toda a sua vida passou como um filme em sua mente.

-Eu voltarei! – essas foram suas últimas palavras.
A neve branca e pura agora estava manchada de sangue e lágrimas de tristeza. A terra tremeu como nunca havia tremido, os ventos sopraram forte e os mares e rios estavam agitados. Os Deuses e elementais estavam tristes, lamentavam a morte de um grande herói. Estavam despedindo-se de seu velho amigo.
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Não nasci apenas surgi do imenso caos novamente. Possuo vagas lembranças de vidas passadas. Sou o veículo que os Deuses utilizam para que suas palavras sejam cumpridas na terra, o mundo não pode correr novamente o risco de ser destruído pelos primordiais.
Minha fé me conduz nos tempos de escuridão e terror. Sempre guiado pelos Deuses, seguindo seus ideais de bondade e pureza. Devo manter a ordem e destruir os espíritos malignos.

Minha magia é divina, os Deuses agem pelo meu corpo. A única coisa mais forte que minha fé é o fogo que uso para incinerar aqueles que ficam contra a vontade dos Deuses!
Não sei que ano, mês, dia ou horas é agora, a única coisa que sei é que estou de volta para cumprir minha missão e deixar meu legado.
Estou em um templo no meio da floresta, lugar sagrado onde posso sentir as energias do Deus Bahamut. Aqui diversas pessoas de diferentes raças vêm pedir a proteção e a benção do Deus Bahamut.


Vesti-me com o manto que estava sobre uma mesa próxima a mim. Dei meus primeiros passos em terra firme. Possuo um corpo de 25 anos terrestres, tenho cabelos brancos longos lisos. Minha pele é azul-clara e meus olhos totalmente brancos. Minha altura é aproximadamente 1,85, meu peso 80 kg.
-Mestre, enfim retornastes!
Quem disse isso foi um Clérigo Eladrin¹ de cabelos brancos longos e olhos azuis como o mar. Estava vestindo uma armadura de aço verde.
-Deixe-me apresentar. Sou Airass, sacerdote deste templo e presidente do conselho da Agrestia das fadas²! Vim assim que soube que o senhor renasceu neste templo.

- Olá Airass, pelo visto você conheceu a minha encarnação passada. Nesta vida irei chamar-me Eloia. Prazer em revê-lo – inclinei minha cabeça em reverência.

- O prazer é todo meu senhor! O senhor foi um grande guerreiro dos Deuses na vida passada, infelizmente foi assassinado por um bruxo das trevas que teve a ajuda do deus da Morte Gruumsh – disse Airass.

- Gruumsh, assim como Asmodeo sempre está criando confusão entre os humanos e os Deuses. Preciso achar o bruxo que me assassinou e impedir que ele continue fazendo maldades.

- Sim meu senhor, ouvi boatos sobre o tal bruxo recentemente. Parece que ele está levando o Caos e a morte por onde ele passa. As pessoas que se recusam a obedecer-lhe tem um fim cruel e vergonhoso. Ele mata-os e pendura os corpos para os corvos comerem em praça pública – disse Ariass com lágrimas nos olhos.

- Tenho que impedir que este monstro arruíne mais cidades e vilarejos. Pobre alma, não sabe oque o aguarda após a morte. Bom seria se eu conseguisse salva-lo do destino triste que ele tem. Cada um escolhe o seu destino, se ele se arrepender sinceramente e pedir perdão aos Deuses e aos homens que feriu talvez os Deuses tenham misericórdia dele na morte.

- Certamente meu senhor. Os Deuses são muito bons para todos que buscam sua ajuda. Agora vamos passear um pouco ao redor do templo para conhecer os peregrinos? – Convidou-me Airass.

-Será um prazer – respondi com um sorriso.

- Ah, quase esqueço de entregar-lhe suas armas. Espere um pouco aqui senhor que eu já volto – disse Airass, entrando na sala ao lado da que eu estava.

-Essa espada é o símbolo sagrado de Bahamut, e foi ele pessoalmente que lhe entregou. Este escudo é um presente que o senhor ganhou do Deus Pelor quando o serviu em uma missão. –disse Airass entregando-me a espada e o escudo sagrado.
- Umbaróreanna Airass! (Obrigado Airass!) –disse-lhe abraçando-o.

-Que isso senhor, apenas entreguei-lhe o que era seu. Pelo Visto o senhor não esqueceu a língua élfica! Fico muito feliz por isso. – disse Airass retribuindo o abraço com um sorriso largo no rosto.

-Agora vamos, os aldeões devem estar ansiosos para conhecer o senhor!
Segui Airass que me apresentou para todos os aldeões que ali estavam em peregrinação. Havia um brilho nos seus olhos, e um sorriso em suas bocas. Senti-me em casa, a recepção calorosa daquele povo me lembrava quando eu morava no mar astral, na alegre companhia dos Deuses.

-Senhor por favor me abençoe! 
Um elfo alto de cabelos brancos muito longos que carregava um cajado com cristais e vestia um manto verde estava me chamando.

-Senhor, por favor, a sua benção! É uma honra poder encontrar-lhe novamente nesta vida! Nunca pensei que ainda estaria vivo para contemplar-lhe novamente. – disse o elfo ancião ajoelhando-se diante de mim.

- Por favor, levante-se! Sou apenas um ser comum como todos vocês, as bênçãos apenas os Deuses podem conceder. – respondi-lhe com um sorriso amigável.

- Sou Strush, fui seu companheiro de jornada na encarnação passada. Tive a honra de batalhar ao seu lado! – disse Strush fazendo uma reverência.

- Prazer em revê-lo Strush. Agora me chamo Eloia e vim terminar minha missão.

-Creio que o senhor já ouviu do Sacerdote Airass sobre o bruxo que o assassinou na vida passada. Ele está solto por ai reunindo seguidores! Dizem que ele pretende declarar guerra contra o Imperador Eleise, ele quer tomar o trono do Imperador - disse Strush com um ar de indignação.

-Preciso deter este bruxo o mais rápido possível, não posso permitir que ele acabe com a paz que os povos lutaram tanto para conseguir – disse pensativo.

- Senhor, vamos prosseguir com nosso passeio, muitos querem conhecê-lo – disse-me Airass.

- Sim Airass. Mais uma vez, foi um prazer revê-lo Strush. Espero que nos encontremos novamente – disse, despedindo-me de Strush.
Por onde eu passava muitas pessoas pediam bênçãos, cantavam e dançavam. Estavam felizes com o meu retorno. Eram pessoas simples, mas pareciam possuir o segredo para alcançar a felicidade.

Caminhamos em volta de todo o templo. Assim que terminamos Airass disse que os outros sacerdotes e monges do templo haviam preparado um banquete para celebrar a minha volta.

- Antes do banquete eu gostaria de ficar só para meditar e pedir o auxilio dos Deuses – disse à Airass.

-Sinta-se à vontade senhor. Ficarei esperando pelo senhor na praça principal.
Finalmente um pouco de sossego. Agora eu poderia relaxar e meditar por alguns minutos.
Sentei-me na posição de Lótus e comecei a entoar o mantra do Deus Bahamut.

- Ando Nuquerma Bahamut Shieiri. Ando Nuquerma Bahamut Shieiri. Ando Nuquerma Bahamut Shieiri. (Graças vos dou Grande Deus Bahamut).

Após ter entoado o mantra cento e oito vezes, estava me sentindo mais leve e feliz.
De repente vem uma imagem em minha mente: Eu estava de frente ao bruxo que avia me matado.
Ele pronuncia os versos do Deus Gruumsh e tudo fica escuro. Nunca em minhas 107 encarnações eu havia visto um bruxo tão cruel como este. Era possível perceber em seu olhar o prazer que ele tinha em ver a dor. Sua alma era fria, mas ardia como o fogo do sétimo inferno. O ódio havia tomado conta de todo o seu ser. Ele já não estava mais vivo, porém também não estava morto. Não era mais um Eladrin, mas também não era um demônio. Algo sombrio havia acontecido no passado daquele bruxo que antes era conhecido como um sábio clérigo do templo de Pelor.

A sede por poder teria corrompido sua alma pura e angelical? Não há um ser vivo que conheça a história desse bruxo. Apenas os Deuses e os espíritos desencarnados conhecem seu passado.

O que pode levar um ser puro como ele que era conhecido como o mais sábio sacerdote a cometer crimes vergonhosos como esses? Ele promove verdadeiras chacinas apenas por diversão? Ódio? Do que e de quem? Porque as pessoas precisam pagar pelas magoas que ele possui?

Fiquei por um longo período meditando, tive diversas visões de vidas anteriores, mas o que mais me chamava atenção era aquele bruxo. O que levaria uma pessoa a cometer atos de crueldade como esses? O Amor e a compaixão não são sentimentos mais fortes que o ódio e a raiva? O prazer e a alegria de poder servir aos Deuses como seus mensageiros não são superiores a qualquer outro sentimento?

Eu não conseguia compreender. Para mim a maior alegria é poder servir aos Deuses.
Indaguei-me sobre diversas coisas. A Minha fé é genuína e pura ou eu apenas sirvo aos Deuses porque estou “acostumado”? Os Deuses realmente são seres tão sublimes e maravilhosos como pensamos, ou apenas são seres que fingem ser assim? Lembro-me claramente como vivia feliz no mar astral ao lado dos Deuses. Eu mesmo me sentia um Deus, poderoso, arrogante. Talvez por isso eu tenha encarnado como mortal para aprender a ser mais humilde e sincero em meus sentimentos.

Minha meditação foi interrompida por Airass.

- Senhor já é sete da noite. O Senhor meditou por cinco horas, todos estão aguardando o senhor para começarem a refeição.

- Desculpe-me Airass, estava perdido em meus pensamentos. Devo pedir desculpa a todos por fazer esperarem cinco horas.

Airass apenas sorriu e me guiou à sala de jantar.
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    1. Eladrins: Raça ancestral dos Elfos. São descendentes diretos das fadas.
2  2. Agrestia das fadas: Reino onde todos Eladrins habitam. Este reino aparece somente no crepúsculo e quando a estrela d’alva surge no céu.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

O MAGO





O Mestre
Ao encontrar um mestre, você nunca imagina que é ele, pois ele lhe dirá que não é um  mestre. Seu ego não se sobrepõe a ele sempre questiona se é realmente.
Um mestre não se nega a
ensinar quem ele vê que tem potencial e postura apesar de
seser rígido com seus neófitos.


Os que se dizem mestres, duvide. Falam muito sobre Tradições e nomes complicados e pouca prática, ai fique bem atento..

Não espere que seu mestre seja alguém superior, perfeito
celibatário e aquele que se coloca no pedestal.
Espere apenas alguém normal, humano, ele apenas já trilhou mais o caminho.

Agora sempre veja sua honra,
respeito e amor ao que ele acredita e seu  código de honra se é capaz de respeitar mesmo em situações extremas.
O que vou narrar agora
É um pouco da trajetória de
um mestre enquanto estive ao seu lado um mago que se dedica a  ajudar e ensinar,
às vezes dizem que ele é um anjo disfarçado, entra na vida das pessoas, muda pra melhor sem  nada pedir, cura sem tocar .
Mas também pode ser um guerreiro implacável que faz necessário para o momento sem emoção.
Este é o mago do  Tempo .
Com quem aprendi parte do que sei nesta trajetória. Vi
muito ao lado dele, senti  como ele sente e aprendi que nem tudo é o que parece, aliás nunca é .

terça-feira, 22 de maio de 2012

A Magia Draconiana



magia_draconiana_1
A Dragon Rouge prossegue juntamente com seus membros e pode ser vista como um organismo mais do que como uma organização. O pensamento tem como base a crença de que cada membro tem uma função singular e que, mediante seu próprio progresso, contribui para o progresso dos demais. Ainda que a Dragon Rouge seja conhecida como uma organização jovem, temos membros de todas as idades e o equilíbrio de homens e mulheres está balanceado. Temos todo tipo de pessoas na Dragon Rouge, mas, o que é significativo para a maioria dos membros é uma personalidade criativa. Temos proeminentes músicos, pintores e artistas na ordem. Cremos que a criatividade é o fundamento da magia e a máxima expressão de vida e de poder.
A Dragon Rouge escolheu o Dragão Vermelho como o símbolo principal da ordem. O Dragão Vermelho é um símbolo universal da força vital original e ilimitada. Em algumas culturas, o dragão é visto como o bem máximo e, em outras, como o mal supremo. Às vezes, o dragão é visualizado como masculino, às vezes, como feminino. Em sua forma original, o dragão não é nem bom nem mal, nem masculino nem feminino. O dragão é o poder estático puro que se alcança quando os opostos se encontram.
A Dragon Rouge crê que o homem só está utilizando uma fração de sua capacidade completa, psíquica e magic(k)amente. O dragão simboliza toda a força e capacidade oculta e subconsciente que o homem carrega por dentro de si. Mediante o despertar do dragão, o homem pode aumentar e melhorar a experiência da vida, mas também desenvolver capacidades paranormais, tais como a clarividência, a telepatia e a projeção astral.
A Dragon Rouge estuda as partes verdadeiramente ocultas do homem e da existência. O desconhecido pode parecer aterrorizante em sua forma externa, ao passo que, em sua forma interna e verdadeira, consiste em pura energia. Isso porque a Dragon Rouge utiliza símbolos tradicionais das “artes negras” e atributos gótico-psicodélicos.
A Dragon Rouge crê no fato de que tudo tem uma alma. A alma do mundo é chamada de Dragão Exterior. O homem pode lograr uma vida em perfeito equilíbrio entre si mesmo e sua existência mediante o despertar do Dragão Interior em equilíbrio com o Dragão Exterior.

magia_draconiana_2visio – vires – actio
[visão – força – ação]
Os três conceitos básicos da magia draconiana:
Visão
– O mago é um visionário que observa o ilimitado e canaliza inspiração em suas ações.

Força – O mago luta para fazer uso da força potencial que está oculta no homem e em sua natureza.
Ação – O mago transforma a visão em realidade mediante a ação.


Cinco Princípios Draconianos Elementares
magia_draconiana_5Tudo é uno
O “ourobouros” ou o dragão que morde sua própria cauda mostra o eterno retorno e que o começo é o fim e o fim é o começo, no pequeno está o grande e no grande está o pequeno, o um é todo e o todo é um. Aquilo que está acima é como o que se encontra abaixo.
Tudo é força
O universo é força em diferentes formas. A força é movimento. A força revela-se mediante os sete raios ou níveis de vibrações que representam as sete cores no espectro. O Dragão é a força e quando o Dragão se manifesta com sete cabeças, estas reapresentam os sete raios.
Tudo é possível
Todos os limites e as limitações são ilusões. Somente as visões e a força do homem criam limites. Seguir a própria verdadeira vontade é a única lei. O homem pode tornar-se um criador de si mesmo.
Tudo flui
A realidade está constantemente mudando. A ordem é ilusão. Mediante o movimento e a ação, o homem logra a vida e a força para criar sua vida. O estancamento leva à ruína. Descansar nos braços do Dragão é seguir a corrente da força.
Tudo existe
Nada existe. A realidade é uma questão de energia e percepção. O niilismo é uma expressão que revela falta de energia. O sentido existe se a energia existe. Tudo pode ser verdadeiro e tornar-se verdadeiro mediante um modo de enfocar a visão adequada mediante a força adequada e a ação adequada sobre a meta adequada.
Comentários esotéricos com relação aos Três Conceitos Básicos da Magia Draconiana.
1. Visão
A palavra dragão vem de um verbo grego que significa “ver”. A palavra também pode significar “relampejar”. A magia draconiana é a magia da clara visão. A maioria das pessoas vive em um globo de vidro que está enevoado por elas mesmas. Através da névoa somente podem ver os contornos do mundo afora. A névoa reflete a imagem deles mesmos e eles interpretam o mundo externo mediante seu próprio reflexo. Estão presos na armadilha de uma “borbulha de autocontemplação”.
O homem recebe informações sobre o outro lado somente depois de havê-la filtrado através de si mesmo. Quando logramos conhecimento intelectual, ele é filtrado através de uma série de categorias que cria nosso entendimento. As três principais categorias que compreendemos no mundo são: tempo, espaço e causalidade (causa-efeito). Estas categorias criam nosso universo. A imagem que recebemos mediante o intelecto e as categorias é o que chamamos de cosmos, ordem e o lado da luz. O estado ideal de entendimento perfeito lógico e intelectual no sistema categórico é o que no misticismo e na religião foi atribuído ao mundo dos deuses. O mundo externo ao globo de vidro é o que é chamado de caos e o desconhecido. É o “lado obscuro”.
É também o “outro lado” ou “o outro” em ralação ao homem que está dentro do globo de vidro é o ponto de começo para seu próprio entendimento “o uno”, “o único”, ou “o princípio”. Estes são termos que são usualmente atribuídos a Deus. Deus ou os deuses são imagens ideais de si mesmo como se deseja ver-se e como se quisera que a realidade fosse, na imagem no espelho. O outro ou o obscuro é o desconhecido que se encontra lá fora. Sobre isso o homem projeta o medo do que há fora de si mesmo. O caminho draconiano da clara visão consiste em limpar do globo a névoa para que o mundo externo apareça de forma clara e em sua totalidade. O caminho draconiano também torna possível a transcendência fora do globo de vidro. A visão do mundo exterior é o princípio draconiano: “ver”.
magia_draconiana_32. Força
A visão do mundo/dos mundos outorga conhecimento. Conhecimento é força. Todo sistema fechado (o que o mundo dentro do globo é) tem uma quantidade limitada de energia. A energia e a capacidade de percepção estão conectadas. Isto ocorre devido ao fato de que os caminhos draconianos (Kundalini-yoga, iniciação odinística, alquimia Typhoniana, etc) enfocam a energia interior em direção ao aumento da percepção para obter visão clara, que brindará a possibilidade de obter-se energia do exterior. Esta força interior é chamada de “dragão interior” e a força externa é chamada de “dragão exterior”. Tudo é força e energia em diferentes formas e em diferentes níveis de vibração. O mundo dentro do globo é um sistema estabilizado de energia em uma forma fixa. A energia fixada não é acessível para o homem. Dentro da forma fixa há um núcleo de força pura livre e móvel como a lava no centro da terra. Esta é a força que o mago usa e enfoca para abrir uma fratura no globo para que o mundo exterior seja acessível. No mundo exterior uma quantidade infinita de força encontra-se agora acessível para o mago. O mago usa a força interior para ter acesso a uma visão da força exterior. Esta visão cria uma carga da força interior que aumenta a capacidade de ver e de ter acesso à força exterior. Demanda uma grande força ver e ver concede grande força.
3. Ação
O terceiro princípio na trindade da magia draconiana é a conseqüência e o resultado necessário da visão e da força: ação. A magia é a arte e a ciência de realizar ações, externas e internas, que fazem uma realidade a partir de uma visão. Se a busca de visão e a força aumentada do mago não são usadas em ações concretas, o mago se “queimará”. A ação é o canal necessário para a força que o mago adquire mediante a visão do “outro lado”. A ação é a expressão da magia. Mediante a força das ações, o mago pode tornar reais suas visões.
Aforismos draconianos
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O Dragão é a serpente alada. O Dragão une a serpente com a águia, o que se encontra embaixo com o que se encontra em cima.
O Dragão são os quatro elementos. As asas são o Ar. O corpo réptil é a Terra. As pequenas asas são a Água e o alento ardente é o Fogo. Assim, o Dragão é o quinto elemento – o Espírito.
O Dragão é, na forma do Ourobouros, a serpente que morde sua própria cauda. O Dragão é o começo do fim e o fim do começo.
O Dragão está mais além de bem e do mal, da noite e do dia, do masculino e do feminino, de mais e de menos. O Dragão surge mediante o encontro dos opostos. O Dragão é a polaridade entre mais e menos.
O Dragão é o símbolo de Tao – a Viagem – e a Viagem pe a meta. O Dragão é eternidade dinâmica.
O obscuro é o desconhecido, o que está reprimido do inconsciente. No obscuro estão os tesouros ocultos da alma.
Se acendermos uma vela aparece uma sombra. Quanto mais lutamos por luz, maior será a sombra que cresce atrás de nós.
Na obscuridade podemos encontrar o medo. Mediante o confronto com a obscuridade, estamos confrontando o medo e podemos obter a libertação do eu. Caso escapemos da obscuridade, nosso medo crescerá a partir do que há na obscuridade.
Na Dragon Rouge a meta é um equilíbrio entre o obscuro e o luminoso, o criativo e o destrutivo.
Curiosidades:
A banda Therion é filiada ao Dragon Rouge. Fez a música “Clavicula Nox” em homenagem ao símbolo da chave astral do Dragon Rouge. Sua tradução literal é Chave da Noite e representa o inconsciente e o consciente e a união dos símbolos masculinos de Netuno, Shiva, Lúcifer e femininos de Kali e Lilith.
Fonte: Dragon Rouge

sábado, 19 de maio de 2012

O SEPULCRO DO DRAGÃO



Um conto em homenagem a Edgar Allan Poe


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“...E havia um enorme dragão pousado sobre a pedra e a pedra era opaca. Outros dragões um tanto menores sobrevoavam-na, fitando-a curiosamente. A maior das bestas, ainda descansando em cima da estranha pedra parecia distante de tudo quanto estava a sua volta e seus olhos oblíquos não se importavam com o inferno de chamas ao seu redor. Fumegantes rios de lava brotavam do solo rochoso e seguiam curso destruindo e derretendo tudo, sem, no entanto, danificar a pedra na qual ela descansava.


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“Ao inferno incandescente desse lugar logo somou-se uma poderosa chuva de cinzas expelida por um vulcão distante milhares de quilômetros. E assim, o céu escureceu curvando-se a natureza furiosa, e já não podia-se ver mais nada e a cinzas tomaram o lugar do dia, subtraindo a ordem natural dos acontecimentos. O som das ondas explodiu intensamente arrebentando contra as falésias na praia, e repentinamente já se não ouvia qualquer ruído vindo do mar. E o vento que até então silvara intensamente cessou seu canto, e mesmo os dragões que sobrevoavam e vez por outra emitiam guinchos terríveis emudeceram, e devido a intensa escuridão não pude saber se ainda continuavam planando. Mesmo o maior dos dragões, aquele pousado na pedra, eu não poderia dizer se lá permaneceu.


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“A chuva desabou e tornou-se rapidamente temporal, varrendo impiedosamente tudo em seu caminho e apagou as chamas e a lava. A fumaça subiu ao ar, tornando-o letal a respiração de qualquer ser vivo. Por horas, gases venenosos se espalharam até serem dissipados pelo vento que tornou a soprar. E esse vento, não tardou a se transformar em furacão e eu quase fui arrancado de meu esconderijo, tamanha sua descomunal força. Longos dias se passaram e quando a esperança estava por um fio, a tormenta simplesmente cessou. E as nuvens plúmbeas dissiparam-se, mas o céu já não era da mesma cor e tudo havia mudado...


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“E por três dias percorri a região e, solitário, testemunhei as fantásticas transformações efetuadas pelos fenômenos naturais, dirigidos, sem dúvida, por elementos superiores à minha vã compreensão. Passo a descreve-los, assim como os presenciei.






“O céu era vermelho e, perplexo, fiquei a imaginar o quanto de sangue havia sido necessário para tingir todo o horizonte ao meu redor. Essa cor, tênue pela manhã, acentuava-se e escurecia no decorrer do dia, jamais deixando, porém, de ser carmesim. A completa ausência de nuvens era outra das características, assim como os relâmpagos e trovões que iluminavam e explodiam sem parar, fustigando as elevações rochosas encontradas em diversos pontos da paisagem. O vento incessante parecia cantar tristes melodias com sopro quase fantasmagórico. E ao cair da noite, não observei uma lua, mas três que surgiam quase ao mesmo instante lado a lado, por sobre a maior das montanhas e o brilho desses astros, também vermelho, era diferente, de um modo que não saberia explicar, a não ser pela magia inigualável que em mim eles exerciam.


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“O mar, antes azul, havia se tornado violeta e borbulhava em movimentos convulsivos, como se aquecido em um grande caldeirão e em nada lembrava um oceano. Estas águas, se assim podem ser chamadas, pareciam-me viscosas e realmente eram quentes, e os peixes e toda forma de vida anterior havia cedido lugar a serpentes aladas que ora voavam, ora mergulhavam intrepidamente, caçando umas as outras, as maiores devorando as menores. Anteriormente inexistentes, os rios seguiam o mesmo padrão do oceano violeta e, exceto pela presença das serpentes, fervilhavam e desaguavam das falésias acinzentadas, caindo em cachoeiras sobre a praia de areia escura e lodosa desse paraíso doentio.




“A densa floresta de vegetação rubi que se erguia à minha vista, possuía árvores com caules grossos e retorcidos e das suas copas pendiam cipós ásperos que chegavam a tocar o solo nu. Estas árvores brotavam da própria pedra, pois não havia terra para germiná-las. Arbustos e samambaias gigantes completavam o cenário pré-histórico. A ciclópica hiléia vermelha, cuja profusão de árvores obstruía o olhar, localizava-se agora entre meu esconderijo no alto das colinas e a planície onde estava o dragão e a pedra opaca. Movido por um desejo ardente de rever o dragão em toda a sua majestosidade, desbravei a mata vermelha...


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“...E havia um enorme dragão pousado sobre a pedra e a pedra já não era mais opaca, mas um rubi e o dragão não era mais vivo, mas uma escultura talhada perfeitamente em rocha vermelha. Outros dragões menores não mais voavam, eis que enfileirados à frente do maior, pareciam sentinelas pétreas a guardar preciosamente um templo ou um lugar sagrado. Entendi, desta forma, estar diante do sepulcro do dragão que havia por milhares de anos voado, junto aos seus pares, na imensidão daquela paragem triste e esquecida.


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“Tudo o que acabei de narrar: as paisagens, o céu, o mar e até mesmo a trindade de luas, lembravam, mormente pela cor, sangue. E percebi naquele momento que se tratava do sangue dos dragões, que haviam fabricado um novo mundo em vermelho após sua morte, para que se lembrasse sempre da sua existência, para que se gravasse no líquido vital sua temível história...

“E hoje sei que eu fui escolhido pelos dragões para relatar esses extraordinários acontecimentos, para que jamais se perdessem na memória dos iniciados que ainda acreditam no poder das lendas e das tradições ancestrais. E ainda que não possa mais ser contemplado por olhos mortais, o sepulcro continua lá, iluminado pelas luas, a espera do final dos tempos, quando então, os dragões, novamente, dominarão o céu rubro...”

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